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Caso Luísa Lopes: morte de ciclista em Camburi completa um ano

Em entrevista ao programa Balanço Geral, Ivan Lopes, pai da jovem morta pela motorista Adriana Felisberto, pediu justiça e respostas

Foto: Vinícius Vasconcelos | Instagram

A morte de Luísa Lopes completa um ano no último sábado (15). A estudante, modelo e passista de escola de samba, que tinha 24 anos, foi atropelada por uma motorista na noite de 15 de abril de 2022, na Avenida Dante Michelini, na altura do bairro Jardim da Penha, em Vitória, ao atravessar fora da faixa de pedestres. 

Um ano após o ocorrido, o pai da jovem, Ivan Lopes, concedeu uma entrevista ao Balanço Geral, da TV Vitória/Record TV. Vestindo uma camisa que leva a fotografia da jovem, Ivan relembra com dor e saudade o sorriso de Luísa, que após um ano só pode ser visto em fotografias e lembranças.

“É só quem consegue viver essa fatalidade que consegue entender isso. Na verdade, você não passa a viver a sua vida, é uma vida apresentada pela sociedade, na outra você vai buscar a força e os sentimento necessários para viver”, descreve o pai.

Segundo Ivan, a jovem estava vivendo o que pode ser considerado uma das melhores fases da vida e estava sempre um passo à frente de seu tempo. 

“Ela não corria atrás, ela corria na frente: estudava, trabalhava, era pesquisadora na Ufes,  passista. Tinha uma carreira bonita pela frente”, destaca. 

Luísa era filha única, ela sonhava em terminar a faculdade, queria morar fora do país e era envolvida em vários projetos sociais. 

“Não é só a família que perde, mas a sociedade. Ele era uma pessoa que poderia estar contribuindo com o que fazia”, lamenta Ivan.  

Motorista envolvida em acidente foi solta após pagar fiança

No dia do acidente, a condutora do carro que atingiu Luísa apresentou sinais de embriaguez. Mesmo assim, ela se recusou a fazer o teste do bafômetro. Adriana Felisberto foi detida e levada à delegacia, onde teve a prisão em flagrante decretada por embriaguez ao volante. 

Ela passou por uma audiência de custódia e foi liberada após pagar uma fiança no valor de R$ 3 mil. Após o ocorrido, a motorista foi proibida de dirigir, mas não teve a prisão pedida e não sentou no banco dos réus.  

“Essa situação e a morosidade da justiça acaba sendo uma situação que afeta muito a nossa família. Estamos esperando respostas, não apenas para nós, mas como uma forma de evitar que aconteça com outras pessoas e isso venha mover a justiça”, descreve Ivan. 

Segundo o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o processo continua em tramitação. Durante o mês de março deste ano, foi registrada a resposta à acusação no dia 07 e após foi realizada uma movimentação do Ministério Público Estadual no dia 13 do mesmo mês. 

Após a manifestação do MPES, a próxima etapa é a audiência de instrução. O momento é a oportunidade em que juiz ouve a vítima, no caso de tentativa de homicídio, testemunhas da acusação e da defesa. Na ação, o réu é interrogado e, em seguida, a acusação e a defesa apresentam alegações finais. 

Amigos e familiares pedem por justiça

No início da noite de sexta-feira (14), amigos e familiares realizaram um ato em homenagem à jovem, em Vitória. A ação ocorreu em frente ao Clube dos Oficiais, na Dante Micheline, local onde Luísa foi morta. 

Foto: Laís Magesky | Folha Vitória

Durante a ação, os familiares realizaram um protesto do “bike ghost”, onde uma bicicleta branca é instalada em locais de acidentes fatais com ciclista. Além de prestar uma homenagem ao ciclista que faleceu e evitar que o atropelamento caia no esquecimento. A ação também serve de alerta para os motoristas. 

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtor Web
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória