Com a demolição dos quiosques da orla de Itaparica e Itapuã, em Vila Velha, a prefeitura está retirando algumas castanheiras do local. Quem frequenta as praias, ou mora na região, está percebendo o corte das árvores e se pergunta se essa retirada de algumas árvores é realmente necessária.
O biólogo e mestre em sustentabilidade, Felipe Melo, explica que as castanheiras não são uma espécie nativa, mas se adaptaram muito bem à região.
“São espécies de árvores que não estavam aqui, foram introduzidas e elas se acostumaram ao local, pegaram muito bem no local e foram se reproduzindo muito […] A introdução da castanheira data de muitos anos atrás, desde o descobrimento do Brasil. Ela veio com as caravelas para o Brasil. Desde então, ela foi muito utilizada na arborização urbana, por conta de oferecerem muita sombra nas praias.”, afirmou.
Sobre a retirada das castanheiras, o especialista disse que, do ponto de vista ambiental, a espécie prejudica a restinga, que é uma vegetação natural e importante para conter os avanços do mar. “Onde tem a sombra da castanheira, não nasce vegetação nativa […] mas no ponto de vista social, ela tem uma função social importante, que é justamente servir de abrigo para a fauna, sombreamento para pessoas que frequentam as praias e também, para amenizar um pouco o calor”, explicou Felipe.
Por meio de nota, a prefeitura de Vila Velha informou que as ações empenhadas para a construção dos novos quiosques foram apresentadas ao Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema). Técnicos da secretaria de Meio Ambiente do município disseram que todas as castanheiras da orla foram mapeadas e algumas estão sendo retiradas por estarem na área de construção dos novos quiosques.
Segundo a prefeitura, foi constatado que algumas árvores estavam condenadas, devido a idade, ou danificadas pela ação do tempo. O município afirmou que recebeu autorização do Instituto de Defesa Agropecuária Florestal do Espírito Santo (Idaf) para o corte de algumas árvores.