As causas da morte do bebê Luiz Gustavo Gimenes, de cinco meses, morto no colo da mãe na manhã do último domingo (25), no bairro Ilha de Monte Belo, em Vitória, devem ser reveladas no prazo de até 30 dias, segundo o Instituto Médico Legal (IML) da Capital. Os exames de necropsia irão apontar o motivo da morte de Luiz Gustavo.
Segundo a delegada Nicolle Perúsia, da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Vitória, nenhuma hipótese da investigação foi descartada já que ainda não saíram os laudos do IML. Após a conclusão do laudo, o IML tem até 15 dias para avisar à polícia que os exames estão prontos.
A família foi ouvida na noite do último domingo (25), pelo delegado de plantão, Janderson Lube. Em depoimento, os pais disseram que ingeriram bebida alcoólica até as 2 horas de domingo (25), em um bar que pertence a avó materna da criança.
Por volta das 6 horas, o bebê teria acordado chorando e o pai colocou no colo da mãe para amamentar, porém a mãe continuava dormindo. Por volta das 11 horas, quando os pais acordaram, o bebê estava morto.
De acordo com o pediatra Valmin Ramos, uma das possibilidades da morte do bebê é a chamada Síndrome da Morte Súbita. “É claro que não dá para apontarmos o que aconteceu, mas pode ser que a criança tinha sido vítima da Síndrome da Morte Súbita que é quando o bebê morre por motivos como asfixia ou quando o bebê dorme em uma posição que causa a morte”, afirma.
Outro agravante do caso é que a mãe tinha ingerido bebida alcoólica na noite anterior à morte do filho. “O álcool pode passar para o leite e, assim, prejudicar a saúde do bebê. Além do mais, sob o efeito de álcool, a mãe pode se esquecer de amamentar o filho ou pode amamentar demais”, conclui Valmin.
“Perda irreparável”, diz o pai
Em entrevista à TV Vitória, o pai de Luiz Gustavo Gimenes, o metalúrgico Leandro Bernardo da Costa, se mostra desolado. “Não tem como nem decifrar isso porque é uma perda irreparável. Um bebê de cinco meses morrer assim… Não tenho palavras. Não vou ter ele nunca mais”, diz o pai.
Leandro conta como foi o ocorrido: “Ele chegou dormindo. Quando foi por volta das 6 horas ele acordou chorando, eu peguei ele e coloquei junto com a mãe. E nisso ela não viu e continuou dormindo. E voltei para dormir. 11 Horas eu acordei e vi ele com um algodão no nariz. Tirei, balancei e ele não reagiu”, conta.
Morte súbita de bebês
A síndrome da morte súbita infantil, ou síndrome da morte súbita, também conhecida como “morte do berço”, não é uma doença, mas sim um diagnóstico feito pelos médicos quando um bebê aparentemente saudável morre sem explicação. Em alguns casos, nem o resultado da necropsia explica a causa da morte.
Não há estatísticas de número de bebês mortos subitamente no Brasil, porém, nos Estados Unidos o fato é mais relacionado. A posição do bebê na hora de dormir e a posição correta na hora da amamentação podem evitar esse tipo de morte.
Mortes e violência contra bebês no ES
Outros fatos que envolvem violência e até morte de bebês têm acontecido no Espírito Santo. No início deste mês, Um bebê de um mês e 24 dias foi retirado da família pelo Conselho Tutelar de Vitória após denúncia de maus tratos pelos pais da criança. Ele tinha marcas de agressão e queimaduras.
Em 26 de abril, um bebê recém-nascido foi encontrado morto dentro de uma lavanderia em Vila Velha. Em março, uma criança de sete meses foi encontrada morta dentro de uma creche, em Linhares, no Norte do Espírito Santo. Em janeiro deste ano, outra criança, de quatro meses, foi encontrada morta dentro de casa, em Cariacica.