Os números de mortes e vítimas graves em acidentes envolvendo motocicletas nas rodovias federais são assustadores. Em 2014, mais de 18% de todos os acidentes registrados no país envolviam motos. Aproximadamente 2,3 mil mortes foram registradas, ou seja, os acidentes de moto matam mais que os acidentes com outros veículos. Esses dados são de uma pesquisa nacional sobre acidentes de trânsito, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEA, divulgada esta semana.
A pesquisa do Ipea não apresentou dados específicos envolvendo motos no Espírito Santo, mas de acordo com a estatística de atendimentos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), foram registradas em todo Estado, 6.569 pessoas feridas em acidentes envolvendo motos contra 4.179 outros atendimentos de trânsito, em 2014.
Ainda de acordo com o levantamento do Samu, cada vítima de acidente custa em média R$11 mil aos cofres do Estado. Sendo assim, em 2014 o Governo do Estado teve um gasto de mais de R$72 milhões.
Dados do DETRAN também mostraram crescimento na frota capixaba de motocicletas. Em todo o ano de 2014 eram 391.508 motos circulando. De janeiro a agosto de 2015 esse número já passou de 403 mil veículos.
Dados nacionais
As motos possuem baixa condição de proteção aos usuários em caso de colisão e queda, por conta disso, as vítimas são as mais graves. E o número de mortos e feridos graves nesse tipo de acidente foram os que mais apresentaram crescimento em comparação a outros veículos, em 2014.
De acordo com a pesquisa um dos fatores para o aumento no número de vítimas é o crescimento da frota em todo país. De 2003 a 2014 o uso das motocicletas aumentou quase 270%, os de automóveis subiram pouco mais de 102%. A média nacional de toda frota subiu 136,5%.
Os custos com acidentes de acidente também são altos. Segundo a pesquisa, em média, cada acidente custou à sociedade brasileira R$ 72.705,31, sendo que um acidente envolvendo vítima fatal teve um custo médio de R$ 646.762,94. Os acidentes com motocicleta respondem por mais de 14 dos custos totais dos acidentes nas rodovias federais.
A pesquisa também salientou a importância de políticas públicas que discutam tributações e legislações mais rígidas para compra e uso desses veículos, devido a gravidades dos acidentes. Outro apontamento é a intensificação de campanhas educativas que abordem a importância do uso de capacetes e a necessidade da habilitação para os condutores.
Conferência mundial
E o tema sobre segurança no trânsito será debatido nos dias 18 e 19 de novembro, em Brasília, na 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito. O encontro contará com a participação de cerca de 150 países com representantes de várias áreas como saúde, transportes e segurança pública. Um dos objetivos é avaliar o andamento das iniciativas para redução das mortes e lesões ocorridas no trânsito em todo o mundo em meio à Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020.