O chanceler paraguaio, Euclides Acevedo, pediu ajuda ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para obter vacinas que dariam fôlego ao presidente do país, Mario Abdo Benítez, que enfrenta protestos contra o atraso no programa de imunização no Paraguai. Acevedo, no entanto, saiu da reunião em Brasília apenas com a promessa do Itamaraty de que o Brasil dará prioridade ao Paraguai quando começar a fabricar os imunizantes no País.
A falta de vacinas e o recrudescimento da pandemia desestabilizaram o governo de Benítez. Diplomatas brasileiros ouvidos pelo Estadão falaram em boa vontade com o país vizinho, mas disseram, reservadamente, que a situação de escassez interna de vacinas impede qualquer gesto como uma doação emergencial ao Paraguai, pelo menos no momento.
“Assim que estivermos prontos para começar a cooperar internacionalmente no provimento de vacinas, o Paraguai será nossa prioridade número um”, disse Araújo, mais uma vez sem dar prazos, nem fixar quantidades de doses que poderiam ser enviadas ao país vizinho.
Cooperação
A reunião entre os ministros terminou sem que o Brasil anunciasse uma doação efetiva de vacinas ao Paraguai. Do lado paraguaio, havia expectativa de receber alguma coisa, como já havia pedido o governo de Benítez e como já havia feito o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que doou 20 mil doses aos paraguaios no início de março.
Ontem, o chanceler paraguaio defendeu que haja cooperação entre os dois países e pediu a troca de informações. “É conhecida a posição do Paraguai sobre a desigualdade na distribuição das vacinas. Vamos encarar isso conjuntamente, para que esse direito universal alcance a todos nós”, afirmou Acevedo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.