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Chuva no ES: prefeitos colocam culpa dos alagamentos na população que joga lixo nas ruas

Multirões das Defesas Civis Municipais, Corpo de Bombeiros e equipes de limpeza e obras permaneceram em alerta e prefeitos enfrentam novos problemas causados pelas chuvas

Chuva alagou diversos bairros da Grande Vitória Foto: Leitor | WhatsApp Folha Vitória

A quinta-feira chuvosa assustou os capixabas. Os municípios da Serra e Vitória foram os mais afetados com alagamentos, desabamento, e até morte. Multirões das Defesas Civis Municipais, Corpo de Bombeiros e equipes de limpeza e obras permaneceram em alerta durante toda a noite, e prefeitos acordaram com problemas, que lembram os mesmos vividos e temidos com as enchentes do ano passado.

Em Vitória um desabamento em Caratoíra soterrou uma mulher grávida, que foi retirada após seis horas de trabalho do Corpo de Bombeiros, com vida.  Na Capital a chuva de ontem era prevista para acontecer em dois meses, em poucas horas 200 milímetros de chuva alagaram vários bairros. De acordo com o prefeito Luciano Rezende a quantidade de chuva foi tão intensa que nenhum sistema de drenagem daria conta de escoar as águas.

A cidade preparou obras como a do reservatório gigante de água em Maruípe, que tem capacidade para armazenar 11 piscinas olímpicas de baixo da terra, fez contenção em 50 encostas, reconstruiu a macrodrenagem e mantém constante limpeza de bueiros e galerias. “O local mais complicado agora é a César Hilal. Estamos com licitação para construir um reservatório de baixo do Polivalente da Praia do Suá”, contou o prefeito. O maior problema enfrentado ainda é o lixo acumulado pela cidade.

“As chuvas estão vindo em forma de tromba d’água. O ano de 2014 está começando pior que o ano de 2013, que foi o pior da história, então eu não sei o que vem por ai”, lamentou Luciano.

Na Serra o problema foi ainda mais grave. Alguns pontos da cidade chegaram a registrar um acumulado de 385 milímetros de chuvas. E os investimentos de R$ 15 milhões em obras, como o aprofundamento e alargamento do rio Jacaraípe e do Canal dos Escravos parece ter funcionado, de acordo com o prefeito Audifax Barcelos. “Estive em São Patrício, Bairro Lagoas, e Central Carapina, teve enchentes, mas não foi como no ano passado” afirmou.

Os bairros mais prejudicados foram Valparaíso, São Diego, Barcelona e Jardim Limoeiro. Audifax confirmou que a região de Planalto Serrano considerada um dos pontos críticos, não teve nenhum problema.

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Em Vila Velha a previsão era de 30 milímetros de chuva, chegou aos 140 mm e o maior problema enfrentado lá foi o transbordamento do Canal da Costa. Os bairros Itapoã, Coqueiral de Itaparica, Alvorada, Alecrim, São Torquato, Cobilândia, Jardim Marilândia e Guaranhuns foram os mais atingidos. “Tivemos alguns pontos mais críticos, devido o problema do Canal da Costa, e um acúmulo ali no Terminal de Vila Velha, mas as águas vazaram rápido e várias equipes foram para rua”, disse Rodney Miranda.

O prefeito reclamou que o problema ainda é o lixo jogado em locais impróprios, e o descarte nos horários errados. Dessa vez o problema enfrentado na última chuva foi solucionado com telas que impediram o lixo de chegar até as bombas. “Estamos gastando por ano para limpeza de canais, caixas ralos e bueiros quase R$3 milhões. O que a gente não poderia construir com isso? Estamos literalmente jogando isso para o esgoto”, falou Rodney Miranda.

O município de Cariacica não enfrentou grandes problemas, mas está investindo em um novo produto, para evitar o deslizamento de barreiras, a aplicação de geomanta um composto de PVC que impede a passagem de água. O primeiro local a receber a manta será o barranco da rua Gabino Rios, em Porto de Santana. O serviço será realizado em 16 mil metros quadrados de área de risco.