Após sofrer um traumatismo craniano, causado pela queda de um pedaço de concreto de um poste de iluminação na orla de Itaparica, em Vila Velha, a empresária Clesiane de Fátima Viana, de 34 anos, passou por uma cirurgia no local atingido e agora se recupera em um hospital particular de Vitória.
Na manhã desta terça-feira (5), a empresária, que está grávida de seis meses, enviou um áudio para familiares e amigos, atualizando seu estado de saúde. Na mensagem, Clesiane disse que ela e o bebê estão bem.
“Aparentemente está tudo bem, a cirurgia foi um sucesso, o neném está bem. Agora à tarde eu vou fazer outra ressonância, outra tomografia, para a gente ver como está o meu pós-cirúrgico”, afirmou.
Na mensagem, Clesiane também aproveitou para agradecer às mensagens de apoio e às orações de todos.
Ouça o áudio:
Em um vídeo feito no hospital onde está internada, porém antes da cirurgia, a empresária relatou que estava sentindo as pernas formigando e tinha dificuldade para andar sozinha.
“Formigamento” nas pernas já passou
No entanto, o marido de Clesiane, o também empresário João Paulo da Silva Martinez, informou à produção da TV Vitória/Record que o formigamento nas pernas da esposa passou após a cirurgia.
A tendência é que ela precise passar por fisioterapia para voltar a andar normalmente.
“O formigamento nas pernas passou, ela está conseguindo levantar e movimentar com muita dificuldade. Muito pesadas as pernas, não está com mobilidade nos dedos. Mas, segundo ela, por orientação médica, nós vamos fazer mais exames. E, provavelmente, agora vai ser um processo de bastante fisioterapia e tudo mais”.
Exames feitos em Clesiane apontaram que, por conta da fratura no crânio, uma intervenção cirúrgica seria necessária, já que o osso realizava pressão em partes do cérebro, o que causava falta de coordenação motora nas pernas.
João Paulo destacou que a cirurgia precisou ser feita com emergência, pois, se não fosse realizada, a esposa poderia perder o movimento das pernas definitivamente.
“Desde que ocorreu o acidente, que ela estava no chão esperando a ambulância, as pernas estavam formigando muito e ela não estava sentindo. A cirurgia foi feita com muita emergência porque, se esperasse muito, poderia piorar e ela até perder os movimentos por definitivo”.
Clesiane Viana foi atingida pelo pedaço de concreto no final da manhã do último domingo (3), quando ela e o marido caminhavam pela orla de Itaparica.
Durante o passeio, eles pararam para procurar uma mesa para sentar e curtir o domingo de sol. Nesse momento, a mulher acabou atingida pelo concreto, de aproximadamente 1 kg, que se desprendeu de cima de um poste.
Clesiane caiu no chão e precisou ser socorrida por uma ambulância. Inicialmente, ela foi encaminhada para o Hospital São Lucas, em Vitória, mas depois foi para um hospital particular na Capital capixaba.
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Prefeitura responsabiliza consórcio por falta de manutenção em postes
Por meio de nota, a Prefeitura de Vila Velha informou que está em contato permanente com a família da empresária e que está acompanhando os procedimentos aos quais ela está sendo submetida.
“Nesse momento, o desejo é que ela se recupere e volte para casa o quanto antes, fora de risco, para ela e para o bebê”, disse a prefeitura, em nota.
Sobre a estrutura do poste, a prefeitura destacou que a iluminação da cidade, em áreas públicas comuns, como a orla, é de responsabilidade do consórcio SRE IP Vila Velha, fruto de uma Parceria Público Privada (PPP) vigente desde 2020, pelo prazo de 20 anos.
De acordo com a prefeitura, desde maio de 2022 o consórcio de empresas vem recebendo notificações da prefeitura, apontando a necessidade urgente de substituição de diferentes postes, contendo relatórios fotográficos, incluindo o que atingiu a empresária.
A última notificação, segundo a administração municipal, ocorreu em 23 de novembro deste ano, porém sem resposta. Nesta segunda-feira (4), o consórcio foi novamente notificado, de acordo com a prefeitura.
A administração municipal ressaltou ainda que, por obrigação contratual, o consórcio deve manter a estrutura dos postes segura, o que não aconteceu.
Multas superam milhões de reais
Por isso, segundo a prefeitura, o consórcio de empresas acumula multas que superam o valor de milhões.
Outra cláusula prevê pagamento de seguro, em caso de acidente, por parte do consórcio.
A Prefeitura de Vila Velha finalizou a nota afirmando que continua exercendo o papel de fiscalizador do contrato e que não descarta novas multas por descumprimento das cláusulas contratuais por ineficiência no serviço prestado e omissão de informações e socorro à vítima.
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