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Clientes de uma agência de turismo, identificada como Tucano Travel, localizada no Espírito Santo, afirmam que foram vítimas de golpe. Eles informaram que compraram pacotes de viagens, que foram cancelados, e que o dinheiro não foi devolvido. As denúncias estão sendo investigadas pela Polícia Civil.
Em entrevista ao Balanço Geral, da TV Vitória, o autônomo Luis Felipe e a noiva possuíam o desejo antigo de conhecer o Chile e Cancún. Eles se programaram, compraram um pacote de viagem, entretanto, ficaram na vontade e no prejuízo.
“Comprei em outubro do ano passado, um pacote para mim e para noiva. Depois vi outro pacote em Cancún, mas pedi para estornar o dinheiro do segundo pacote, porque não poderia viajar mais. Nunca recebi o retorno do valor”, destaca.
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Outra vítima que teve um prejuízo de R$ 2 mil, foi a empresária Paloma Franco. Ela tenta, sem sucesso, receber o dinheiro que transferiu para a conta da empresa. Em aplicativos de conversa, a empresária cobra o dono da agência e reclama da falta de resposta da empresa.
“Estava tudo certo, tínhamos contato com o dono da empresa, ele falava para ficarmos tranquilos. Entretanto, quando estávamos com as malas prontas, ele falou que a viagem não iria acontecer mais”, explica.
Com a situação, as vítimas descobriram que não estavam mais sozinhas. Eles criaram um grupo com mais de 70 pessoas que também foram vítimas do golpe.
Os consumidores, afirmam que procuraram a polícia e denunciaram o caso. Mesmo assim, os responsáveis pela Tucano Travel continuam utilizando as redes sociais para oferecer os serviços de viagem. Nas postagens, os valores para destinos atrativos continuam em destaque.
“A página deles continua postando os valores e fazem mais vítimas. Entretanto, os comentários negativos, falando mal da empresa e da nossa situação, são apagados do grupo”, narraram as vítimas.
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“Estamos correndo para reembolsar”, diz dono da empresa
Após o caso, o responsável pela empresa, o empresário Erick Soares de Abreu, apresentou a versão sobre as acusações e afirmou que infelizmente a qualidade da empresa caiu.
“Com isso, resolvemos cancelar a maior parte de viagens que poderíamos dentro desse ano. Mas estamos correndo para reembolsar, junto com o nosso setor comercial e jurídico, para que todos sejam reembolsados”.
Por meio de nota enviada ao Folha Vitória, o advogado João Cezar de Lucena Netto, que representa a agência, explicou que a empresa entende o descontentamento dos consumidores. Além disso, ele acrescentou que a empresa passa por dificuldades financeiras por conta da pandemia da covid-19, por isso não conseguiu cumprir com o que foi acordado.
A empresa divulgou um canal de atendimento para que as pessoas que se sentirem lesadas possam entrar em contato via WhatsApp: (27) 99773-3565.
“O prazo máximo oferecido pelo Tucano aos seus clientes é de 90 a 100 dias, lembrando que não existe cliente prioritário, os estornos são feitos apenas por ordem de solicitação, podendo em casos diferentes acontecerem de forma mais célere em outros num prazo distante, mas nunca superior ao prazo supracitado”, informa a nota.
Ainda segundo o advogado, a empresa está comprometida em dar assistência aos clientes:
“A Tucano se compromete a dar total assistência com todos os seus clientes, bem como realizar seus compromissos firmados, nos prazos estabelecidos, pelo alto volume de solicitações e contato diário pedimos paciência pois os atendimentos são feitos em ordem, porém todos serão atendidos, as reclamações no Procon serão replicadas e atendidas de igual forma, esclarecendo a atual situação empresarial”.
A Polícia Civil informou que os casos estão sendo investigados em Vila Velha e Cariacica.
Como ficar alerta?
A diretora- presidente do Procon do Espirito Santo, Letícia Nogueira Coelho, explicou como os clientes podem e devem agir diante dessas situações. Além disso, ela alerta para evitar o transtorno. Veja algumas dicas:
1- Pacotes baratos são alerta: segundo a especialista, se todas as empresas estão ofertando a viagem, por exemplo, R$ 1.000, os clientes devem desconfiar de pacotes de R$ 500.
2- Analisar a reputação da empresa: é necessário pesquisar em sites e conversar com pessoas que já viajaram com a agência de turismo.
3- Buscar se a empresa realmente existe: também é necessário pesquisar se a agência existe ou se é uma “agência fantasma”.
4- Analisar se tudo que foi combinado é cumprido: faça fotos e vídeos de todas as situações que considera “inadequada” ou fora do combinado”. Com isso, terá provas caso deseje entrar na justiça.
*Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/ Record TV
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