Está cada vez mais próxima a possibilidade de cobrança pelo uso da água no Espírito Santo para quem capta água do rio, para consumo ou produção. O rio Benevente pode ser o primeiro a implantar a cobrança e todo recurso arrecadado será destinado à recuperação dos rios.
Na região sudeste, o Espírito Santo é o único Estado que ainda não iniciou a cobrança. No Rio Jucu, o comitê da Bacia ainda não pôs o plano em prática, mas quando entrar em vigor, retirar mil litros de água do rio deverá custar cerca de R$ 0,03.
Ainda não se sabe se o valor será único ou variável para os diferentes tipos de usuários. Segundo o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu (CBH JUCU), Elio de Castro, o recurso arrecadado será administrado por uma agência que ainda será criada. O dinheiro vai financiar a recuperação dos rios.
“Você coloca os recursos para fazer as ações. Sem a cobrança, nós não temos como combater os problemas que os nossos rios possuem”.
Segundo Elio, a cobrança pela água em seis bacias hidrográficas do Estado pode começar já no ano que vem. Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Benevente, Naelson Lima Almeida, as discussões estão avançadas as reuniões de planejamento já começaram, mas os valores ainda não foram definidos.
“A partir do momento que as pessoas virem a ter uma pequena taxa pelo uso deste precioso líquido, elas passarão a consumir menos e esse é o objetivo. A gente coloca como um instrumento muito eficiente na economia do uso da água a partir do momento que a gente realiza essa cobrança pelo volume consumido”.
Para os representantes das bacias, é o que falta para o uso sustentável do recurso hídrico. “Quando o usuário paga ele passa a ter mais critérios, nosso problema não é a baixa vazão dos rios, é justamente gestão. É que nós não usamos os instrumentos que a lei permite para fazer com que a água, nesse momento, ela não consiga comprometer o crescimento do Estado”, afirmou Elio de Castro.