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Vitória usa "espiões" aéreos e insetos trangênicos contra mosquito da dengue

Os dispositivos sobrevoarão a capital em busca de criadouros do mosquito em áreas de difícil acesso; implantação de mosquitos modificados ainda está em estudo

Imagens registraram água acumulada em caixas d´água, situação propícia para o desenvolvimento do mosquito Foto: Divulgação/Prefeitura

Para evitar que as doenças causadas pelos vírus transmitidos por meio do mosquito aedes aegypti virem epidemia nas cidades capixabas, vale tudo. E a tecnologia pode ser uma grande aliada nesse combate. Pensando nisso, a Prefeitura de Vitória implantou um sistema de fiscalização de áreas de risco por meio de drones, equipamentos pequenos e leves que voam e são movimentados por controle remoto.

Os dispositivos já sobrevoam a Capital em busca de criadouros do mosquito em áreas de difícil acesso, como lajes, calhas e caixas d’água. Nesta terça-feira, o drone já identificou possíveis focos de reprodução das larvas do inseto em Vitória.

Imagens do equipamento registraram água acumulada em caixas d´água, situação propícia para o desenvolvimento do mosquito. O flagrante aconteceu durante a fase de testes do uso do aparelho.

As imagens serão enviadas para o Centro de Vigilância de Saúde Ambiental (CVSA), que irá encaminhar os agentes de combate a endemias para avaliar e realizar o tratamento do local.

“Estamos usando todas as ferramentas possíveis, pois o combate à epidemia é uma batalha contra o tempo. Com os drones, podemos fazer com que nossos agentes de saúde cheguem rapidamente aos focos do mosquito”, explicou o prefeito Luciano Rezende.

A Prefeitura estuda, ainda, implementar outra tecnologia para conter o avanço da doença no Estado. Uma empresa paulista, em parceria com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, desenvolveu um mosquito transgênico, que se reproduz com o transmissor da zika vírus, dengue e chikungunya criando insetos que morrem antes de alcançar a idade adulta.

“A tecnologia é simples e atua no momento em que o mosquito é extremamente eficaz: na reprodução. Cada fêmea pode gerar de 600 a mil novos mosquitos, por isso sua proliferação é muito eficaz. Todos os filhotes dos mosquitos gerados entre a copulação dos ‘mosquitos do bem’ e as fêmeas selvagens irão morrer na fase de larva. Com isso, é possível controlar a população dos mosquitos”, explicou o biólogo e gerente de Negócios da Oxitec, empresa criadora da tecnologia, Cláudio Fernandes.

O chamado ‘mosquito do bem’ foi solto em três cidades: uma no estado de São Paulo e em duas no interior da Bahia e, num prazo de quatro meses, houve uma redução superior a 90% na população de aedes aegypti. O prefeito estuda a possibilidade de usar a tecnologia em Vitória.