A ceia de Natal é uma tradição que muitas famílias tiveram de abrir mão em 2020, por causa da pandemia da covid-19 e o risco de infecção. Um ano depois, com grande parte das pessoas imunizadas contra o coronavírus, as famílias já se sentem mais seguras e voltam a se reunir, ainda que adotando alguns cuidados.
É o caso da família Senna, que costuma se reunir em Tucum, Cariacica. Para eles, o Natal é sempre celebrado com uma grande reunião familiar.
Tudo começou com o seu Manoel, marido da aposentada Hermínia Senna, falecido há nove anos. A família conta que o patriarca era festeiro e gostava de reunir todos os parentes.
Depois que seu Manoel morreu, a tradição da reunião familiar se tornou ainda mais forte, até para preservar a memória do esposo, pai, avô e bisavô dessa numerosa família.
“Todo o momento que a gente está unido ali, a gente sente que ele está presente. Então a gente faz aquilo que ele gostava e a gente continua gostando”, contou a filha de seu Manoel, a dona de casa Márcia Senna Metzher.
No entanto, no ano passado, a festa de Natal não aconteceu por causa da pandemia. Agora, com todos vacinados, a expectativa é grande para voltar a celebrar um Natal com todos reunidos. Claro, sem esquecer dos cuidados necessários.
“Eu me sinto muito feliz quando está todo mundo reunido. Do jeito que o pai queria, a gente continua do mesmo jeito, a família reunida sempre. Se Deus quiser, no Natal a gente tá todo mundo junto outra vez”, disse dona Hermínia.
Cinco gerações reunidas durante a noite de Natal
Já na família Medeiros Faria, de Aribiri, Vila Velha, a tradição de se reunir no Natal vem atravessando gerações. Começou a matriarca Carmelita Medeiros, de 100 anos de idade.
Dona carmelita teve uma filha, Luzia Medeiros, hoje com 80 anos, que cuidou de aumentar a família com seis filhos. O auditor de seguros Marcelo Faria, de 53 anos, é um dos que compõem esse time da terceira geração.
Depois vem a quarta, com o filho de Marcelo, o engenheiro de produção Guilherme Faria, de 29 anos. E, por fim, o time da Alice, filha do Guilherme, que nasceu há 11 dias e forma a quinta geração da família.
Todos eles estarão reunidos na noite de Natal. “Eu acho que é uma coisa muito importante a família permanecer junta no Natal. É uma data muito importante, que é o nascimento de Cristo, onde traz o amor. A gente tem que ter muito amor, união, compreensão para com os outros”, disse Luzia Medeiros.
A “mãe de todos”, como é chamada dona Carmelita, já não ouve muito bem, mas ainda está bastante lúcida e saudável. E se recorda com bom humor dos tempos de antigamente. “Deram bastante trabalho, mas também apanharam foi muito. Eu metia o couro”, lembra.
No Natal de 2020, eles passaram um aperto. A família inteira foi infectada pela covid-19. Mas, felizmente, todos conseguiram se livrar da doença.
Por isso, neste ano, com todos os cuidados tomados, a festa tem um sabor ainda mais especial.
“Esse ano a gente está com uma expectativa de reunir todo mundo aqui, como tradição de todos os anos, e continuar fazendo a alegria, trazendo esse amor, essa paz”, ressaltou Marcelo Faria.
“É importante, mesmo estando longe, a gente tentar estar perto, buscar as alternativas seguras de se encontrar em família e preservar a saúde daqueles que a gente ama”, completou Guilherme.
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Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV