A Maternidade Pró-Matre, em Vitória, voltou a fazer atendimentos nesta segunda-feira (16). Os trabalhos foram suspensos no sábado (14) por falta de pagamento dos salários de médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos e pessoal de higienização.
Segundo informações da direção do hospital, são realizados apenas atendimentos de caráter emergencial. Demais casos serão encaminhados para outros hospitais da região.
“Fazemos atendimentos de urgência e emergência, pois não podemos mandar embora uma paciente que já chega em trabalho de parto. Em outros casos, explicamos a atual situação da maternidade para as gestantes e encaminhamos para outros hospitais”, afirma o diretor técnico da maternidade, Hélcio Menezes Couto.
Com uma dívida de R$5 milhões e vários meses de salários atrasados, a maternidade funciona com o efetivo reduzido. Ainda de acordo com a direção, cada setor possui apenas um funcionário.
“Os funcionários não estão vindo porque não tem salário. Tem gente fazendo faxina para sobreviver porque só tem esse emprego. Estamos com um terço do quadro de funcionários”, desabafa.
O número reduzido de efetivo compromete a qualidade do atendimento e, segundo o diretor, não é possível realizar duas cirurgias simultaneamente.
“Não tem qualidade no atendimento em número de funcionários. Os profissionais são bons, mas não tem gente suficiente. Não podemos fazer duas ou três cirurgias. Espero que o secretário perceba isso e considere a saúde como prioridade”, esclarece.
Na última quinta-feira (12), o Folha Vitória informou que vários hospitais filantrópicos do Estado ameaçam fechar por falta de pagamentos. Na ocasião, a gerente de Regulação Assistencial da Secretaria de Saúde, Maria Gorette Casagrande dos Santos, explicou que o pagamento dos débitos do Estado junto aos hospitais filantrópicos já teve início.
“O Estado herdou uma dívida de R$ 100 milhões, referentes a pagamentos de outubro, novembro e dezembro. R$ 68 milhões era o débito com os filantrópicos. Mas em fevereiro foram pagos os meses de outubro e novembro. O pagamento de dezembro depende de um aporte financeiro e orçamentário o mais rápido possível. O pagamento de janeiro teve início na terça-feira”.
A assessoria do ex-governador do Estado, Renato Casagrande, informou por telefone no último sábado (14), que a dívida é de responsabilidade do Governo Federal, mas que a gestão estadual anterior deixou dinheiro em caixa para a quitação de tais débitos.