Na próxima quarta-feira (17), será realizado no Teatro Rubem Braga, em Cachoeiro, um evento alusivo ao Dia Municipal de Combate à LGBTFobia – “Que o respeito vença as diferenças e o ódio”. Entre as atrações, haverá uma palestra com o coordenador do curso Gênero e Diversidade, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Toninho Lopes. O evento será às 19h30 e a entrada é gratuita.
Ele vai abordar, em palestra, o tema: “Principais desafios a serem superados para inserção do público LGBTT em tempos de cultura do ódio”, que será mediada pelo professor Diego Buffalo Portinho. O evento terá, ainda, exibição de documentário, depoimento e apresentações de dança.
Segundo Toninho Lopes, a julgar pelos índices de assassinatos de travestis/transexuais, pode ser considerado como transfóbico. “A nossa vivência mostra que sim. Mas faltam dados oficiais, o que dificulta, e muito, a execução de políticas públicas. Segundo contagem do Movimento LGBT, em 2017 no Brasil já ocorreram 50 assassinatos de travestis/transexuais, sendo cinco no ES, um alto índice”, comenta.
Lopes ressalta que não é possível ter dados confiáveis sobre a violência contra o público LGBTT’ no Espírito Santo. Foi somente em 2014 que a Secretaria Estadual de Segurança Pública criou código para estatísticas de crimes de natureza homofóbica. Mas é preciso um treinamento dos servidores. Os dados mais sólidos são os oriundos do Disque 100 e do Movimento LGBT”, continua.
De acordo com ele, o maior desafio a ser superado por gays, lésbicas, travestis, bissexuais e trans é o preconceito. “A maioria da população não compreende que a orientação sexual e a identidade de gênero são elementos que compõem a sexualidade humana e que devem ser respeitadas em sua diversidade. O preconceito leva à discriminação e à violência. Infelizmente, parte de todo ódio lançado a nós, LGBT, tem fundamento religioso”, frisa Lopes.
Para o docente da Ufes, o poder público deve cumprir o seu papel para incentivar o respeito e a tolerância nos dias atuais. “Devem cumprir fielmente as atribuições que lhes compete enquanto poder público, ou seja, agir pelo bem de todos e todas sem discriminação de qualquer natureza. Respeitar e reconhecer a diversidade como um valor social. Identificar as desigualdades e combatê-las com políticas públicas abrangentes. E, sobretudo, respeitar a laicidade do estado”, completa.