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Combate ao coronavírus: da expectativa do comércio ao uso obrigatório de máscaras

Mesmo fechados e com opções restritas para vendas, comerciantes esperam uma recuperação positiva nesta semana que antecede o Dia das Mães

Foto: Jorge Zapata

As ações de combate à pandemia do novo coronavírus continuam no Espírito Santo. Além de todas as regras já anunciadas pelo governo do estado, que incluem as restrições ao comércio, um projeto de Lei já está em criação para que o uso da máscara seja obrigatório no transporte público.

A proposta foi anunciada na noite de segunda-feira (04), pelo governador Renato Casagrande. A ideia, segundo ele, é que as empresas concessionárias dos coletivos só coloquem os veículos para rodar se todos os passageiros e rodoviários estiverem com o equipamento de proteção. Caso seja descumprida a determinação, as empresas serão responsabilizadas e multadas. O valor da punição ainda será debatido entre os parlamentares.

A medida também deve ser estendida para o comércio e nas indústrias. Além de vendedores e comerciantes, bem como usuários e operários, deverão usar as máscaras. “A máscara é uma barreira ao contágio. No transporte você não tem uma distância de dois metros de uma pessoa para outra, então, se todo mundo usar a máscara a possibilidade de contágio reduz muito”, afirmou o governador.

Casagrande também falou, durante o pronunciamento, sobre o trabalho de distribuição de máscaras nos terminais rodoviários da Grande Vitória, que começou nesta segunda-feira. Ao todo, serão distribuídos 1 milhão de equipamentos de proteção para os moradores na região metropolitana.

O governador ressaltou também a importância de que os passageiros ocupem apenas os ônibus com os assentos disponíveis, para reduzir o contágio do coronavírus dentro do transporte coletivo, e lembrou que o distanciamento social é fundamental para evitar a propagação da doença.

Sobre o comércio, no último sábado (02), o governador anunciou que os estabelecimentos não essenciais devem permanecer fechados por, pelo menos, mais uma semana, devido ao aumento do número de casos da doença no Espírito Santo. A decisão contrariou a expectativa de muitos comerciantes, mas o governo liberou o atendimento com hora marcada, individualizado e lojas fechadas. Para lojas de shoppings, foi liberada a opção de vendas pelo serviço drive-thru.

Nesta semana, que antecede o Dia das Mães, a segunda melhor data para vendas no varejo, comerciantes estão confiantes de que vão conseguir recuperar parte do prejuízo que tiveram após o início da pandemia do novo coronavírus, que resultou na determinação do fechamento do comércio considerado não essencial no estado.

No comércio de rua, foi autorizada a venda com agendamento de visita, ou seja, o estabelecimento só pode atender um cliente de cada vez, com horário marcado e seguindo todo o protocolo de higiene e distanciamento. Já nos shopping centers, o cliente agora pode fazer a compra à distância e buscar a mercadoria no local, sem sair do carro, no sistema drive thru.

A comerciante Lívia Ferolla, que possui uma loja de roupas na Praia do Canto, em Vitória, disse que o agendamento de visitas é a esperança que ela tem para recuperar as vendas, que, segundo ela, caíram 90%.

“Você vender roupa delivery é muito difícil. O meu público tem idade média de 40, 50 anos, então são pessoas que gostam de provar roupa, gostam de vir à loja, escolher. Não são pessoas que estão acostumadas a comprar pela internet. Acho que a gente consegue chegar a uns 30% ou 40%. Essa é expectativa por causa do Dia das Mães”, afirmou.

Já em um shopping da capital, 60 lojas vão expor seus produtos em um site, para tentar alavancar as vendas no Dia das Mães. A gerente de marketing do shopping, Letícia Dalvi, explica que o cliente vai escolher o que deseja, comprar diretamente com o lojista e marcar um horário para ir buscar o produto.

“É uma vitrine virtual, então tem vários produtos. A partir do momento em que ele escolheu esse produto que ele vai presentear a mãe, ele faz contato com a loja e eles combinam a entrega dessa mercadoria. É muito importante que eles façam essa combinação para que não tenha tumulto”, frisou.

Com duas lojas no shopping, o comerciante Marcelo Sardenberg diz que espera que a nova modalidade de vendas no varejo permita recuperar um pouco o prejuízo. “A gente tem que se reinventar, tem que procurar novas alternativas. Está todo mundo procurando uma maneira de atender o cliente, porque o cliente também precisa. Não é só nós que precisamos vender, o cliente também tem necessidades que precisam ser atendidas. Acho que deve aumentar mais de 300% as vendas em relação a esses 5% que estamos vendendo hoje”, disse.

A gerente de marketing espera que o Dia das Mães, que só perde para o Natal em termos de venda no comércio varejista, motive mais as pessoas para irem às compras. “A gente acha que pelo menos de 10% a 15% vá ter de aumento do que eles vendiam com a loja aberta. Quem é que não vai querer presentear a mãe nesse momento tão difícil que estamos passando? O mundo está mudado, menos o amor de mãe. É o que só aumenta, na verdade”, destacou.

Coronavírus no Espírito Santo

De acordo com a atualização mais recente do Painel Covid, da Secretaria de Estado da Saúde, o Espírito Santo já possui 3351 casos confirmados da doença, 123 óbitos e 1023 pacientes recuperados da covid-19.