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Começa período de desova das tartarugas marinhas e praias capixabas serão “anfitriãs”

Uma preocupação dos biólogos que monitoram as áreas são as intervenções urbanas, que atrapalham no processo natural de reprodução. Na última temporada, foram 2.706 desovas

Tartaruga-de-couro. Espécie desova no litoral Norte do Espírito Santo Foto: Divulgação/Projeto Tamar

A partir deste mês, até março de 2015, acontece a época de desova das tartarugas marinhas. No Brasil, o Espírito Santo se destaca como sendo um importante local de desova dos animais. São cerca de 160 quilômetros de praia monitorados que recebem desovas de duas espécies: tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) e tartaruga gigante (Dermochelys coriacea).

A principal área de desova do Estado é a Foz do Rio Doce, Regência e Povoação, em Linhares. Na temporada reprodutiva anterior, que foi de setembro de 2013 a março de 2014, o Estado foi contemplado com 2.706 desovas.

Os filhotinhos de tartaruga vão ao mar logo depois que saem dos ovos, na praia Foto: Divulgação/Projeto Tamar

Uma preocupação dos biólogos que monitoram as áreas são as intervenções urbanas, que atrapalham no processo natural da reprodução do animal marinho.

“Além da nossa preocupação com os registros e monitoramento das tartarugas, nos preocupamos com o trânsito de veículos nas praias, obstáculos deixados na areia e com a iluminação artificial, que desorienta fêmeas e filhotes na volta para o mar, conta a bióloga do Projeto Tamar, Jordana Borini Freire.

Em cada desova, são cerca de 120 ovos depositados. Estimativas do Projeto Tamar apontam, porém, que a cada 1 mil filhotes, um ou dois conseguem completar o ciclo natural da vida.

Incomum de se ver, tartarugas marinhas chamam a atenção das crianças Foto: Divulgação/Projeto Tamar

“Essa estimativa é referente a predação natural. Causas antrópicas podem reduzir esta estimativa, uma vez que a pesca ilegal e desenfreada é a grande ameaça à sobrevivência das tartarugas marinhas e o descarte indevido do lixo também tem sido uma causa frequente”, diz Jordana.

As desovas ocorrem durante a noite, por isso não é comum de ser presenciada por expectadores, entretanto caso alguém flagre uma fêmea desovando nas praias, é recomendável que mantenha distância, não tire fotos com flash, não faça barulho ou qualquer movimentação que possa assustar a tartaruga.  “É uma cena linda e absolutamente encantadora”, completou Jordana.