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Conheça a história do morador de Vila Velha refugiado do Zimbabwe

Após seis meses no Brasil, o refugiado Marttyely Byem Fatt, de 33 anos, ainda não fez contato com a família, que continua no país africano

O refugiado do Zimbabwe não vê a família há seis meses Foto: Arquivo Pessoal

Com apenas cinco anos de idade, o zimbabueano Marttyely Byem Fatt perdeu o pai para a guerra civil. A violência era uma realidade no Zimbabwe na década de 1980. Hoje, com 33 anos, o refugiado vive em Vila Velha desde setembro de 2016. De acordo com Marttyely, o país ficou livre da guerra civil por período, mas os constantes conflitos políticos fizeram com que ele tivesse que deixar seu país de origem.

Para sair do Zimbabwe, o refugiado foi de balsa com amigos até a Costa do Marfim, onde embarcou ilegalmente nos fundos de um navio, depois de convencer tripulantes a permitirem sua entrada por US$ 400. Quando chegou ao Brasil, desembarcou no Rio de Janeiro e no dia seguinte chegou a Vila Velha, onde procurou imediatamente uma assistente social, que o encaminhou até o Nuares (Núcleo de Apoio aos Refugiados no Espírito Santo).

Com o auxílio do núcleo, Marttyely conseguiu regularizar sua situação no Brasil com documentos provisóriosaguarda a liberação de seus documentos oficiais pela Polícia Federal. Marttyely tem família no Zimbabwe e não faz contato com a mãe e as irmãs desde que chegou ao Brasil. Ele deseja que, assim como ele, os familiares também deixem o país. Quando questionado se deseja voltar, Marttyely diz “só para passear”.

Saiba mais sobre o Nuares

O Núcleo de Apoio aos Refugiados no Espírito Santo foi fundado em 2004 e agrega professores e alunos dos cursos de Direito e Relações Internacionais de uma universidade particular de Vila Velha. O núcleo tem o objetivo de buscar alternativas para os refugiados. Além de pesquisas acadêmicas, o projeto desenvolve ações concretas para o acolhimento de refugiados no Estado.

Conheça o Zimbabwe
A terra natal de Marttyely está localizada na região sul do Continente Africano. Durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, o país foi marcado por guerras civis relacionadas a confrontos políticos. Nos últimos anos, além dos problemas constantes relacionados a conflitos sociais e políticos, o país passa também por uma grave crise financeira.

O Zimbabwe tem mais de 12 milhões de habitantes, 16 línguas oficiais e seu sistema político vigente é o presidencialismo.

Reportagem: Raíssa Bravim