O cooperativismo, um modelo de negócios pautado na cooperação e no equilíbrio entre os interesses individuais e coletivos, está se tornando cada vez mais importante para a economia espírito-santense. Dados do Anuário do Cooperativismo Capixaba 2020 mostram que as cooperativas do Espírito Santo movimentaram cerca de R$ 6,6 bilhões em 2019, ou seja, 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.
Segundo Carlos André Santos de Oliveira, superintendente do Sistema OCB-SESCOOP/ES, o cooperativismo capixaba tem crescido de forma exponencial e significativa nos últimos anos. “Há seis anos, o cooperativismo representava 2,4% no PIB capixaba. Ele tem se desenvolvido porque tem se profissionalizado muito. Existe uma série de iniciativas de formação para aperfeiçoamento das cooperativas que têm aumentado o grau de profissionalização das mesmas”, afirma o superintendente.
De acordo com o anuário, em 2019 o Espírito Santo contabilizou 134 cooperativas em todos os 78 municípios. São cerca de 435 mil cooperados e mais de 9 mil empregados diretos. Dentre elas está a Cooperativa de Laticínios Selita, criada há 82 anos em Cachoeiro do Itapemirim. Atualmente, são mais de 1.800 cooperados no Espírito Santo e em Minas Gerais. “A Selita tem sido um exemplo de cooperativa que não para de se reinventar”, afirma Carlos André.
Para Rubens Moreira, cooperado da Selita, ex-presidente da cooperativa entre 2004 e 2010 e entre 2014 e 2018 e presidente do Sicoob Sul, esse sucesso é resultado de um trabalho realizado nos últimos 20 anos. “A Selita está em posição de destaque porque implantou uma gestão privada, com uma administração austera, e modernizou o seu estatuto. Além disso, ela conta com um quadro social estável e fiel. Isso é muito importante em momentos de crise. Os cooperados dão apoio para a saúde financeira e sempre se juntam para reivindicar por direitos”, explica Rubens.
Segundo o atual presidente da cooperativa, Leonardo Monteiro, a Selita realiza um intenso trabalho de organização do seu quadro social e de formação de novas lideranças que sejam comprometidas com o ideal do cooperativismo. “Nós compreendemos que, de fato, as pessoas são as peças mais importantes do sistema. Então, nos dedicamos a elas. Como resultado desse investimento, percebemos uma evolução grande na visão que o cooperado tem da cooperativa. Ele acredita no cooperativismo, percebe a importância da Selita e se sente orgulhoso e privilegiado por fazer parte dela”, ressalta o presidente.
Para Leonardo Monteiro, os resultados financeiros satisfatórios obtidos pela Selita são fruto desse trabalho sério e profissional. O de 2020, por exemplo, será próximo a R$ 39,3 milhões. Desse montante, 50% será distribuído entre os sócios. “Esse valor entra, imediatamente, no comércio local de todos os municípios do Estado, levando conforto para os cooperados e contribuindo para a recuperação da economia”, ressalta Leonardo.
Novo parque industrial
A Cooperativa Selita ganhará, em breve, um novo parque industrial. O objetivo é criar oportunidades e oferecer melhores condições para os produtores e a cadeia produtiva do leite no Espírito Santo. “Com a nova planta, vamos conseguir uma expressiva redução nos custos, teremos mais espaço para a diversificação de produtos e atividades, além da utilização de fontes alternativas de energia”, finaliza o presidente da Selita.