Uma coordenadora de uma escola municipal de Vila Velha é suspeita de agredir um aluno autista de sete anos. A agressão foi filmada e, segundo a mãe do menino, aconteceu no último dia 28 de novembro.
O vídeo mostra a criança correndo e, logo atrás, aparece a mulher. Ela pega a criança no colo e a coloca sentada em uma cadeira de forma abrupta. Na sequência, a mulher bate na perna do menino. O caso aconteceu em uma escola municipal do bairro São Conrado, em Vila Velha.
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A agressão ocorreu na frente de outros adultos que estavam no local. Segundo a família do aluno, a mulher é a coordenadora da escola. A mãe, dona de casa de 40 anos, recebeu o vídeo pelo WhatsApp, foi até a escola e, de acordo com ela, não foi bem atendida.
“Fui ver as imagens e a diretora não mostrou a agressão. Segundo ela, não estava no vídeo. Aí, fui embora”, contou a mãe do menino.
Porém, depois a mãe recebeu o vídeo que mostrava a criança sendo agredida pela coordenadora.
“Veio outra denúncia com o vídeo, que ele estava sendo agredido, sim, e que não era a primeira vez. Quando eu pedi a imagem na escola, a diretora falou que já não tinha mais as imagens. Fiquei nervosa e falei: ‘Eu já tenho as imagens, tá? O que eu quero é que você me mostre por sua vontade, para saber que você não está sendo conivente'”, relatou.
Segundo a mãe, a diretora seguiu negando as agressões e disse que o vídeo recebido pela dona de casa se tratava de uma montagem.
Ela foi à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), à Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha (Semed) e ao Conselho Tutelar para denunciar o caso, mas não se sentiu amparada.
A família da criança afirmou que não foi a primeira vez que o menino chegou em casa com marcas no corpo. Eles também disseram já terem presenciado outro coordenador da escola constrangendo a criança na frente de outros menores de idade.
A mãe do menino disse que procurou a coordenadora da escola, mas foi informada de que ela teria sido afastada por um problema neurológico.
A dona de casa disse que o filho tentou verbalizar o que estava acontecendo dentro da unidade escolar, mas com dificuldade. Ela não conseguia entender o que a criança estava dizendo até ver o vídeo.
“Quando ele chega na sala do médico no PA, ele já chega assim: ‘Barriga, braço, rosto.’ Aí eu falo para o médico: ‘É porque ele tá na sala do médico, aí ele sabe que o médico trata de dor.’ Quando apareceu esse vídeo, que eu fui me ligar, ele estava tentando me falar e eu não estava entendendo”, contou.
De acordo com a mãe, o menino está medo e não tem vontade de voltar ao ambiente escolar.
A Prefeitura Municipal de Vila Velha e a Secretaria de Educação informaram que a escola abriu processo interno para análise técnica de apuração junto à Secretaria. A equipe da Educação Especial e o setor de Inspeção Escolar efetuaram atendimento à família do menor.
A prefeitura disse ainda que o processo está em tramitação e, no momento, nada mais pode ser comentado sobre o assunto. A diretora da escola também afirmou que o caso está sendo tratado no âmbito judicial e não deu mais detalhes.
A mãe quer que a justiça seja feita. Ela pede que as pessoas que estavam presentes no momento da agressão e não ajudaram a criança sejam afastadas.
“Eu acho um absurdo o meu filho ter que sair e eles continuarem (na escola)”, desabafou.