Mesmo após o paciente se curar da covid-19, a doença ainda pode deixar sequelas, principalmente doenças que atacam o pulmão. É o caso de José Carlos de Freitas, de 81 anos, um dos milhares de capixabas infectados pelo coronavírus.
A família acredita que o idoso tenha contraído a doença no início de março, enquanto trabalhava em sua oficina. Após 15 dias de tratamento num hospital da Grande Vitória, ele finalmente recebeu a notícia de que estava curado da covid-19.
Porém, apesar da melhora, ele permanece internado, pois acabou desenvolvendo uma série de complicações. Ele não consegue respirar sozinho e tem um quadro de saúde considerado grave.
“Os reflexos que esse vírus deixa são devastadores. Ele teve uma fibrose pulmonar e agora vem sendo assistido por um aparelho para respiração, tomando morfina, para aliviar as dores e um sedativo para não deixar ele muito agitado”, disse o filho do idoso, Leôncio Freitas..
De acordo com a infectologista, Filomena Alencar, disse que o caso do senhor José Carlos não é exceção. Mesmo quando o corpo consegue enfim criar anticorpos contra o vírus, algumas áreas, principalmente pulmonares, continuam atingidas.
“Como sequelas, existe a possibilidade de haver fibrose pulmonar, mas também tem que ser lembrado que eventualmente, se o paciente já tiver alguma condição pré-existente, piora essa questão. É o caso de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, asma grave que tem já uma fibrose pulmonar e tuberculose pulmonar, por exemplo”, disse a médica.
A família do senhor José Carlos afirma que ele não tinha comorbidades e não fazia uso de nenhum medicamento.
A doença ainda é nova para comunidade médica e os efeitos dela ainda estão sendo observados e estudados. O que já se sabe pelo perfil das vítimas é que os reflexos do coronavírus não estão relacionados apenas a problemas respiratórios.
“É importante lembrar, que já tem sido dito várias vezes que a doença não é exclusiva do sistema respiratório. Existe a possibilidade de haver lesão de múltiplos órgãos. Principalmente nos pacientes mais graves”, disse a infectologista Filomena Alencar.
* Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória / Record TV
