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Corpos de vítimas do acidente em Guarapari são liberados após exames de DNA

Foi necessária a realização de exames devido às condições de reconhecimento dos corpos após o incêndio do ônibus envolvido no acidente

O acidente aconteceu no dia 22 de junho Foto: Leitor | WhatsApp Folha Vitória

Os 11 corpos das vítimas do acidente envolvendo um ônibus de passageiros intermunicipal, uma carreta que transportava um bloco de granito e duas ambulâncias, há pouco menos de duas semanas, na BR-101, em Guarapari, foram identificados e liberados para as famílias neste sábado  (1°).

Os resultados dos exames de DNA, realizados nos corpos para identificação, ficaram prontos antes do prazo previsto, que era de 30 dias. O chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Guilherme Daré, destacou o empenho da equipe de peritos para antecipação dos laudos.

“Nossos peritos se empenharam muito no trabalho, coordenado por mim, pelo secretário de Segurança Pública, André Garcia, sob a orientação do governador, Paulo Hartung”, explicou Daré.

O chefe de polícia afirmou ainda que a excelência do trabalho pericial e a estrutura do DML foi determinante para a conclusão do serviço.

“Nosso trabalho de perícia é referência. Somos reconhecidos por isso. A equipe pericial foi muito empenhada, é muito especializada nesse tipo de trabalho. Não houve pressão para a conclusão, mas entendemos que esse era o mínimo que podíamos oferecer aos familiares, poder enterrar seus entes”, pontuou Guilherme Daré.

Das vítimas, oito eram capixabas, três pernambucanos e um paulista. Um dos corpos é de Jorgivaldo Neves do Santos, 40 anos, que morava em São Paulo e estava vindo para o Espírito Santo para trabalhar como pedreiro. O corpo foi reconhecido pela esposa da vítima, que disse que o sepultamento deve acontecer neste domingo (2) em um cemitério na cidade paulista de Itaquera. 

O acidente 

A batida envolvendo um ônibus interestadual, uma carreta carregada com uma pedra de granito e duas ambulâncias de municípios do interior do Estado aconteceu na manhã da última quinta-feira (22). Vídeos mostraram o desespero das vítimas do acidente. No total, 23 pessoas morreram. 

O número inicial era de 21 mortos, mas duas vítimas que deram entrada no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, em estado grave, não resistiram aos ferimentos e acabaram morrendo. Entre elas estava um jovem de 24 anos, que teve 95% do corpo queimado.

A causa do acidente ainda não foi oficialmente confirmada, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) suspeita que um pneu estourado da carreta pode ser a causa principal. Além disso, os policiais constataram que o veículo não estava em boas condições e o peso ultrapassava 11 toneladas do total permitido. 

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Um dos proprietários da empresa Jamarli Transportes, responsável pela carreta, chegou a ser preso em flagrante na última sexta-feira (23), mas foi liberado no último sábado (24).

O secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, classificou o acidente como “a maior tragédia rodoviária do Espírito Santo”. Além disso, a Comissão de Fiscalização da Concessionária ECO 101, na Câmara dos Deputados, entrará com uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) contra a empresa que administra a BR 101.