A tendência de crescimento nos casos do novo coronavírus, nas últimas semanas, tem preocupado a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que já está reorganizando os leitos de enfermaria e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para o tratamento de pacientes com covid-19 na rede pública. A ideia é justamente aumentar a capacidade de atendimento.
Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com coronavírus está em 80,34%, de acordo com o Painel Ocupação de Leitos Hospitalares, da Sesa. Na segunda-feira (9), esse índice estava em 84,05%.
No entanto, de segunda para terça, 12 leitos de UTI que estavam destinados para outras enfermidades voltaram a ser disponibilizados para o tratamento da covid-19. Com isso, o Estado disponibiliza, atualmente, 407 vagas em UTI’s e 423 em enfermarias para pacientes com a doença.
Caso seja feita a reversão completa dos leitos de retaguarda — que têm estrutura para receber pessoas infectadas com o coronavírus, mas que hoje estão voltadas para outras enfermidades —, a oferta total chegará a 715 leitos de UTI e 817 de enfermaria, passando dos atuais 830 para 1.532 leitos exclusivos para covid-19.
Entretanto, a volta dos leitos que deixaram de ser exclusivos quando a transmissão diminuiu não será automática, já que eles estão sendo utilizados para atender outros pacientes. A reversão, segundo a Sesa, levará entre 7 e 14 dias e será feita de forma escalonada.
A previsão é de que, no próximo domingo (15), mais 70 leitos estejam disponíveis para atender pacientes com coronavírus, sendo metade para UTI e metade para enfermaria. A maioria dessas vagas será disponibilizada para a Grande Vitória. Essa reativação de leitos de covid-19 já havia sido anunciada pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, na semana passada.
“Não há necessidade de fazer essa reversão plena agora. Nós vamos fazendo a reversão, como vamos fazer nesta semana. Na medida em que a gente chegar a uma taxa de ocupação que nos acenda o alerta, a gente recoloca os leitos novamente em atendimento”, destacou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.
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O subsecretário também explicou por que, mesmo com uma taxa de ocupação de leitos de 86,21%, registrada nesta terça-feira, os municípios da Grande Vitória seguem classificados como de risco baixo. Segundo ele, quando se leva em conta o total de leitos que o Estado pode oferecer, a taxa ainda é menor do que 50% — 45,73%, mais precisamente.
Reblin afirmou ainda que o Espírito Santo está preparado, na hipótese de ter de enfrentar um novo pico da doença. “O que a gente quer dizer e tranquilizar a sociedade é que, para atendimento em leito de UTI, o Espírito Santo está preparado, planejado, e pode ir fazendo a reversão necessária para o atendimento”, ressaltou.
Atualmente, na rede pública, existem 327 pacientes com coronavírus internados na UTI em todo o Espírito Santo, de acordo com o painel da Sesa. Já a taxa de transmissão da covid-19 no Espírito Santo está em 1,1. Isso significa que, para cada 10 pessoas com o vírus, outras 11 estão sendo contaminadas.