Um garoto de 12 anos teve o pescoço cortado com uma linha com cerol enquanto brincava no recreio, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Orlandina De Almeida Lucas, no bairro São Cristóvão, em Vitória, na tarde da última quarta-feira (18).
A mãe do menor, uma gerente de padarias de 38 anos, informou à TV Vitória que estava a caminho da creche onde o segundo filho, de 4 anos, faria uma apresentação, quando recebeu um telefonema da escola.
Segundo ela, a representante da instituição informou que o garoto havia trombado com outra criança durante o recreio e teria machucado o pescoço. Logo depois, foi informada de que o filho havia se ferido com uma linha com cerol, que estava presa em uma árvore dentro do colégio.
De acordo com ela, mais cedo, um outro aluno da escola teria tentado tirar a linha da árvore, mas foi repreendido por uma professora. Mais tarde, durante o recreio, a profissional e um segundo aluno mais velho, teriam esticado a linha.
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Enquanto corria pelo pátio da escola, durante o recreio, o filho dela não teria visto a linha esticada, momento em que foi em direção ao objeto e cortou o pescoço.
“No meu ponto de vista não era lugar e nem momento. Era horário de recreio. Todas as crianças estavam correndo. Ou tirasse as crianças ou não tirasse aquela hora. De casa ouvi eles gritando com outro aluno. Não mexe na linha, linha de cerol. Cuidado. O tempo que ficam gritando tinham tido profissional pra cortar ou isolar o local. Minutos depois me ligaram e disseram que ele tinha cortado”, contou a mulher, que não quis se identificar.
A mãe da criança conta ainda que ao chegar ao colégio, encontrou o filho com uma camiseta em volta do pescoço para estancar o sangramento.
Ao questionar a diretora da escola sobre porquê o Samu não foi acionado, a profissional informou que a instituição direciona alunos ao hospital, uma vez que não sabem se são alérgicos ou não a algum tipo de medicação.
“A gente não pode pensar que tem que esperar a mãe chegar. E se eu chegasse depois de 2 horas? No meu ponto de vista essas regras têm que acabar. Demorei 15 a 20 minutos para chegar ao pronto socorro pra ser atendido. Poderia ter cortado a veia. Poderia não estar mais aqui hoje”, afirmou.
Após a chegada da mãe, a criança foi encaminhada ao Hospital Infantil de Vitória. Por conta do corte, precisou receber cinco pontos. O atendimento precisou ser adiantado por conta da aplicação de uma anestesia geral.
A gerente de padarias conta que os médicos receitaram antibióticos e remédios para dor ao menino. Na manhã desta quinta-feira (19), ambos precisaram comparecer a um posto de saúde para que os curativos do menor fossem trocados.
Mãe pretende acionar a Justiça
De acordo com a gerente de padarias, esta não é a primeira vez que a segurança de alunos é posta em risco na EMEF. Ela conta que há pouco tempo, um estudante chegou a ser baleado dentro da instituição.
Ela afirma que a segurança precisa ser reforçada no ambiente escolar, e que pretende acionar a Justiça.
“Vou abrir um processo contra a escola, contra o socorro. Eles precisam melhorar isso. Um aluno foi baleado há pouco tempo. Se uma professora não pode ajudar, a diretora precisa ir lá atender. Se a Secretaria de Educação não disponibiliza uma pessoa, a diretora precisa fazer. É um risco muito grande”, disse.
O que diz a Secretaria de Educação
A Secretaria Municipal de Educação de Vitória informou que se solidariza com a família do aluno ferido e que o menor foi atendido por uma profissional da escola, treinada em primeiros socorros.
Sobre o não acionamento do Samu, a Secretaria informou que o caso seguirá sob apuração.
“A Secretaria Municipal de Educação de Vitória se solidariza com a família do estudante, que se feriu na tarde de ontem, e informa que a criança passa bem e frequentou a escola nesta quinta-feira. Ele foi rapidamente atendido por uma profissional da escola treinada em primeiros socorros. A família foi chamada e prontamente compareceu à escola e levou a criança ao hospital. A Secretaria Municipal de Educação destaca que todas as unidades de ensino têm profissionais treinados em primeiros socorros prontos para prestar um primeiro atendimento caso necessário. Sobre os procedimentos adotados pela escola a SEME informa que fará uma apuração”, afirmou a instituição.
Já o Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo informou que em caso de traumas, incluindo cortes, o Samu deve ser acionado. Além disso, afirmou que realiza treinamentos com professores para o atendimento de primeiros socorros.
“O Corpo de Bombeiros, por meio do Plano Estadual de Segurança Escolar, tem realizado treinamentos para professores e funcionários das redes municipais e estadual de educação explicando procedimentos de primeiros socorros e protocolos de atendimento a vítimas de traumas. Não há qualquer orientação contrária ao acionamento do Samu para casos de socorro a vítimas de trauma.”
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*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record TV