Após mais de 17 horas de julgamento, os capixabas Thiago Philipe Souza Bragança e Wenderson Júnior da Silva foram condenados a 37 anos de prisão pelo assassinato de Ana Paula Feitosa. A jovem mineira tinha 24 anos quando foi morta, em 2020, nos Estados Unidos.
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O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (10) no Fórum Criminal de Vitória. O júri popular entendeu que os réus são culpados. Ambos vão responder pelos crimes de ocultação de cadáver, furto, homicídio qualificado, asfixia e crueldade.
A promotoria do caso e a defesa de Thiago e Wenderson afirmaram que vão entrar com recurso na Justiça para revisar a pena. Enquanto a defesa pede que a condenação seja mais branda, a acusação vai tentar aumentar os anos de prisão.
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Ao jornalismo da TV Vitória/Record TV, o promotor de Justiça Bruno Oliveira destacou que durante o julgamento nenhum dos réus demostrou qualquer tipo de arrependimento. Ele lembrou ainda que a pena dos acusados poderia ser mais severa se o julgamento tivesse ocorrido nos Estados Unidos.
“A pena deles nos Estados Unidos seria, a mínima, de 25 anos cumpridos em regime fechado, dentro da cela. Após esse período, eles passariam por avaliação de uma equipe interdisciplinar que iria avaliar se ele teria ou não condições de progredir”, disse.
O promotor fez críticas aos sistema criminal brasileiro. “Essa pena que foi dada neste julgamento, não é uma crítica ao poder judiciário, mas ao nosso sistema criminal. Se levarmos em consideração que foi um crime hediondo, eles não devem ficar mais de 14 anos na cadeia”, frisou.
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O promotor Leonardo Augusto Cezar frisou que, sabendo dos agravantes no julgamento que poderia ocorrer nos EUA, Thiago e Wenderson fugiram para o Brasil.
“Um crime brutal, que foi praticado com frieza, com cálculo. Essa tentativa de fuga e de impunidade que detectamos nos documentos foi muito importante para justificar a pena neste patamar e vamos pedir o aumento”.
Defesa quer diminuir a pena
As defesas, por sua vez, disseram que vão tentar diminuir a pena dos acusados. O advogado de Thiago, Marcos Farizel, disse que a expectativa é que eles pegassem a pena mínima.
“Levando em consideração que são primários, achávamos que ele poderia ter pego o mínimo legal. Já interpomos o recurso da dosimetria da pena”.
Representante da defesa de Wenderson, o advogado Wagner Batista Campanha, também afirmou que irá tentar diminuir a pena para o mínimo possível.
“A interpomos o recurso competente, com intuito de absolvição dele. Vamos tentar uma absolvição no tribunal e, se não for possível, que se adeque essa pena no mínimo legal previsto dentro das circunstancias”, disse.
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