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CRM e Polícia Civil investigam caso de bebê que morreu após parto feito por faxineira em Guaçuí

Em entrevista, o pai da criança, Roque Denis, disse que "é evidente" que a morte do filho aconteceu em decorrência a um erro médico e afirmou que vai entrar com processo judicial

Hospital disse que vai investigar o fato, através de uma sindicância Foto: Reprodução/SPDATA/Flickr

O caso do bebê que morreu em Guaçuí, no Sul do Espírito Santo, depois que uma faxineira e quatro técnicas de enfermagem precisaram realizar o parto de uma mulher de 26 anos, vai ser investigado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-ES), através de uma sindicância. A informação foi confirmada pelo órgão nesta quarta-feira (27). Conselho Regional de Enfermagem e a Polícia Civil também investigam o caso.

Em entrevista por telefone para o telejornal Balanço Geral Espírito Santo, da TV Vitoria/Record, o pai da criança, Roque Denis, disse que “é evidente” que a morte do filho aconteceu em decorrência a um erro médico e afirmou que vai entrar com processo judicial contra a Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí.

“A minha esposa estava com a criança saudável. Todos os exames foram feitos. Tudo normal. Foram 39 semanas de gestação tranquilas. Deveria ser feita uma cesariana, mas não foi feito. Nós vamos entrar com ação judicial contra o hospital que não tinha médico de plantão na hora do parto”, disse.

Denis diz que a família inteira “está destruída”. “Estamos acabados, destruídos. Estávamos esperando com tanto carinho, com tanto amor o bebê. Não há palavras”, completou.

Em nota, a Santa Casa de Guaçuí e o diretor técnico do hospital informaram que foi aberto um processo administrativo para apurar o que aconteceu e a conclusão deve sair em quinze dias.

Já o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES) também está investigando o caso. O órgão informou que os enfermeiros, em caso de urgência e emergência, podem ajudar no parto, mas disse que é cedo para avaliar o que aconteceu em Guaçuí.

O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) informou que o médico de plantão pode estar de sobreaviso e ser acionado em um momento de urgência, e que, em Guaçuí, o diretor do hospital deveria ter realizado o parto no caso de outro médico não estar no local.

Já a Polícia Civil, informou que está apurando e que ainda é cedo para dizer se houve negligência ou omissão de socorro.

O caso

O bebê de Graciane de Oliveira Furtado morreu depois que uma faxineira e quatro técnicas de enfermagem precisaram realizar o parto, em Guaçuí, no Sul do Estado.

Graciane teria ido até a Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí para ter o bebê no último dia 14 de agosto, mas não foi atendida pelo médico.

Segundo Graciane, todos os exames da gestação foram feitos e constataram que o bebê era grande, o que acabou se tornando uma preocupação para a mãe, já que não tinha condições de pagar por uma cesárea.

Na hora do parto, a faxineira subiu em cima de Graciane e empurrou a barriga dela, e uma das enfermeiras disse que o bebê tinha virado. A criança nasceu roxa e precisou ser levada para o Hospital Infantil Francisco de Assis, em Cachoeiro de Itapemirim, por conta da falta de oxigenação no parto.

Um dia após ser transferido, o bebê não resistiu e morreu. A certidão de óbito apontou que a morte foi causada por asfixia perinatal e parto distorcido, que é quando há complicação.