Filho de peixe, peixinho é! O ditado é antigo, mas é carregado de significados. Na criação de um filho, o pai transmite para ele a cidadania, o respeito e tantos outros valores que podem fazer daquela criança, um adulto capaz de ser o espelho de quem o educou.
Além dos valores familiares, muitos filhos também herdam a profissão dos pais. Por tradição ou por paixão, eles seguem o mesmo caminho que foi percorrido por alguém que o inspira, como é o caso do motorista Vanderley Gonçalves Bastos.
Vanderley, 46 anos, ou “Coelho“, como é mais conhecido pelos amigos e colegas de trabalho, é motorista do sistema de transporte coletivo há cerca de 20 anos. Ele cresceu acompanhando a rotina do pai, que também era motorista, e sempre foi apaixonado pela profissão.
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Como a maioria dos colegas de profissão, Coelho começou a trabalhar como cobrador. Após um período de experiência, treinamento e muita espera, teve a oportunidade de trabalhar naquilo que sempre sonhou.
Com o pai já falecido, Vanderley se recorda da boa relação que tinha com ele. “Sempre me deu apoio e me incentivou. Quando ia fazer testes, ele me tranquilizava, ria e chorava comigo. Quando consegui, ele me disse ‘agora está nas suas mãos'”, lembra.
E parece que a paixão pela profissão está no sangue da família. Um dos filhos do motorista, o pequeno Gustavo Moreira Bastos, 10 anos, está seguindo os passos do pai e do avô.
Sempre que possível, Gustavo faz questão de acompanhar o pai em algumas viagens durante o trabalho. Entre as brincadeiras do dia a dia, o estudante tem algumas miniaturas de ônibus e que alimentam a imaginação e o sonho de seguir na profissão.
No computador, além de jogar games ligados à direção de veículos, Gustavo cria alguns desenhos de ônibus e ainda aproveita para homenagear o pai. “Pai, te amo”, escreveu em um dos desenhos. Tímido, ele não quis dar entrevista, mas fazia o sinal de positivo com as mãos, concordando com tudo que era dito pelo pai.
Para Vanderley, o fato do filho ter o desejo de seguir a profissão é motivo de orgulho. “Brinco dizendo pra ele trabalhar em algo melhor, mas ele diz que ser motorista mesmo”, disse ele afirmando que, independente da profissão que escolher, vai apoiar o filho.
Encerrando a conversa, o motorista faz apenas uma correção naquele ditado do início do texto. “Filho de coelho, coelhinho é”, brinca.