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Decisões políticas e bases de dados desatualizadas podem ter deixado de fora pessoas que tinham direito a receber o Auxílio Emergencial de R$ 600. Até agora, 36,8 milhões de pessoas receberam resposta negativa ao pedido do benefício. E parte delas pode ter ficado sem o dinheiro por engano.
Podem ter sido excluídas pessoas que tenham sido candidatas ou eleitas como suplentes de vereador nas últimas eleições municipais, em 2016, independente do número de votos recebidos. Isto porque o governo decidiu cruzar dados com o Tribunal Superior Eleitoral, mesmo sem previsão legal.
O benefício também pode ter sido negado, por exemplo, a pessoas que perderam o emprego depois do dia 16 de março. Assim, pessoas cujas empresas foram atingidas pela crise econômica provocada pelo vírus podem ter ficado sem o auxílio.
O Ministério da Cidadania resolveu vetar o recebimento do benefício por parte de pessoas que tenham familiares presos, mesmo aquelas que tinham direito ao auxílio , novamente, sem qualquer previsão na lei que criou o benefício.
Apesar da negativa aparecer em documentos oficiais, o ministério negou à reportagem da BBC que tenha impedido a entrega do benefício a este grupo.
Quase 40 mil pessoas, de familiares presos, podem ter sido atingidas, segundo o próprio Ministério. Os problemas foram vistos por especialistas em políticas públicas e procuradores da República com base em informações fornecidas pelo governo à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do Ministério Público, na última quarta-feira (13).
Com informações do portal R7