A partir de dezembro, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) realizará leilões eletrônicos semanais de veículos apreendidos e que estão guardados nos 19 pátios ainda existentes no Espírito Santo. O anúncio foi feito pelo diretor-geral do órgão, Romeu Scheibe Neto, durante depoimento prestado, na manhã desta segunda-feira (28), na CPI da Máfia dos Guincho e dos Táxis da Assembleia Legislativa.
De acordo com o diretor, o objetivo do Detran, com esses leilões semanais, é iniciar o esvaziamento desses pátios ainda existentes, o que deve acontecer dentro de seis a oito meses. Scheibe Neto disse que serão leiloados carros que tenham algum valor agregado, ou seja, que não são considerados sucata.
Ainda segundo o diretor-geral do Detran, os leilões eletrônicos foram adotados por ter maior número de interessados e que o custo do serviço prestado pela empresa responsável pelo leilão vai ser pago por quem arrematar o veículo.
A realização desse modelo de leilão foi sugestão da relatora da CPI, deputada Janete de Sá (PMN), já que o mesmo não gera custo para o Estado. “Nós fomos várias vezes ao Detran discutir esse assunto e sofremos muita resistência das administrações anteriores. Acredito que com controle e fiscalização essa modalidade tem tudo para dar certo. Fico feliz que a atual administração tenha acatado nossa sugestão”, declarou a relatora da CPI.
No primeiro leilão do Detran, em 2016, foram vendidos mais de 30 mil veículos, correspondendo a mais de 6 mil toneladas de sucata. Em novembro, o material leiloado foi entregue e liberados oito pátios. Restam ainda 19 pátios com cerca de 26 mil veículos apreendidos, informou Scheibe Neto.
Segurança nos pátios
Dos 19 pátios remanescentes, dez estão protegidos e seis estão com vigias contratados pelo Detran para evitar roubos de peças dos veículos, pois os pátios foram abandonados pelos antigos administradores. O departamento também está com dificuldades para ter acesso a três pátios, pois os administradores não permitem a entrada do órgão estadual.
Para garantir a segurança de seis pátios o Detran contratou empresa de vigilância por seis meses, dispendendo R$ 3 milhões. A CPI questionou tal forma de contratação do serviço e deve solicitar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) informações sobre essa contratação sem licitação feita pelo órgão estadual.
Guinchos
O órgão estadual de trânsito deve abrir licitação para a guarda de carros apreendidos e posteriormente para os serviços de guincho, informou Scheibe Neto, respondendo à pergunta da deputada Janete de Sá (PMN), relatora da CPI. Ele considera que é um erro o administrador de pátio ser o responsável também pelo serviço de guincho.
Já Enivaldo dos Anjos (PSD), presidente do colegiado, disse que não concordava que o serviço de remoção dos veículos apreendidos seja realizado pela iniciativa privada, pois na opinião dele nesse setor há corrupção e não há controle da legalidade das apreensões. Já Janete de Sá defendeu que independentemente das remoções serem feitas por empresas privadas ou públicas, o serviço precisa ser rigoroso.
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