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Dia da Matemática: veja 7 curiosidades sobre a ciência dos números

Data é celebrada desde 2013 em homenagem ao matemático e pedagogo Júlio César de Melo e Sousa, conhecido como Malba Tahan

Foto: Katerina Holmes | Pexels

Matemática, uma palavra que pode causar calafrios a certas pessoas e encher outras de inspiração. Gostem ou não da ciência exata, ela está presente diariamente na história da humanidade. 

Neste sábado (6) é comemorado o Dia Nacional da Matemática, em homenagem a Júlio César de Melo e Sousa, conhecido como Malba Tahan, pedagogo, professor e escritor brasieleiro que se tornou célebre pelo livro “O Homem Que Calculava”, que ensinava a matéria de forma lúdica e divertida e é celebrado desde 2013.

A verdade é que a ciência continua a dividir alguns corações: há quem a considere uma dor de cabeça, um verdadeiro empecilho para finalizar o ensino médio, mas para quem a ensina na sala de aula, a matemática é uma verdadeira paixão. 

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É o caso da professora Margareth Mardegan Gomes da Costa, que leciona no Colégio Salesiano Jardim Camburi. Apaixonada pela ciência dos números, ela já se aventura nas salas de aula há três décadas.  

“Sou professora há 30 anos. Fiz o curso Magistério, que hoje corresponde ao ensino médio, sou graduada em Administração, mas nunca trabalhei na área, e depois fiz graduação e pós em Matemática. Já dei aulas para turmas de educação infantil e ensino fundamental. Hoje, trabalho com ensino fundamental e médio”, disse. 

Os desafios de ensinar

Ela conta que ainda que a matemática ofereça dificuldade a alguns alunos, não há nada que não possa ser contornado com paixão, paciência e dedicação ao trabalho junto aos estudantes. 

“Eu amo a matemática, sempre amei. Gosto das coisas exatas e lineares. E a matemática está impregnada na nossa vida. Ela tem que ser entendida, contextualizada. Muitos alunos querem decorar e isso não funciona. Tento mostrar aos meus alunos a importância da matemática, de onde vem as fórmulas que usamos e mostrando, sempre que possível, a utilização prática do que aprendemos”, complementou. 

A educação, fundamental no Brasil, muitas vezes pode ser desmerecida por algumas pessoas, mas durante a caminhada de um professor há muito o que se comemorar, como relata Margareth. Afinal de contas, o caminho de um mestre tem grandes gratificações. 

“Minha maior gratificação é encontrar ex-alunos que estão na faculdade ou trabalhando que, ao me encontrar, comentam que lembram das minhas aulas e como foi útil, para seu curso ou seu trabalho, algo que aprendeu nas minhas aulas”. 

Ela vai ainda mais longe, quando precisa de motivação em sala, sabe exatamente onde encontrar. Na satisfação dos próprios alunos enquanto adquirem conhecimento, é isso que mais a motiva. “Acontece quando um aluno abre um belo sorriso no momento que aprende algo novo”, disse.

Muitas pessoas sequer conhecem a data, aliás, o dia passa quase sempre em branco. Os professores são os mais ligados no assunto, afinal é necessário celebrar a profissão.

Acontece que muita gente ainda fica ligada apenas no 15 de outubro, quando é celebrado o Dia do Professor, algo que Margareth afirma que necessita de mudança, já que o Dia da Matemática precisa de mais visibilidade.

“Acredito que muitos professores de matemática não sabem dessa data. Focamos sempre no dia 15 de outubro. Mas gostaria que isso mudasse. Que essa data fosse conhecida e reconhecida. O professor de matemática já carrega o estigma de ser o carrasco. Estamos tentando mudar essa visão e espero que isso aconteça em breve e que todos passam a admirar a matemática”, destacou. 

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Mas sendo bom ou ruim na matéria, na sala de aula ou na hora de receber o troco na padaria, uma coisa que todo mundo ama é uma boa curiosidade. Com a matemática não é diferente. 

Confira algumas sobre esta ciência que permeia a história da humanidade, que foram selecionadas pela professora Michele Flávia da Silva, do Colégio Marista Paranaense, para quem a matemática é uma forma de ver o mundo:

“É estratégia! Ao percebermos que o resultado final será o mesmo, mas, o caminho escolhido depende das conexões realizadas anteriormente, por meio de conhecimentos prévios e pré-requisitos, faz toda a diferença”, afirma Michele.

Como surgiu a matemática? 

Você já se perguntou quando e onde a ciência exata surgiu? Ela é oriunda do Antigo Egito do Império Babilônico e começou a ser utilizada há 3500 anos antes de Cristo. Mas calma que esta história de mexer com números é tão antiga quanto o próprio tempo. Os antigos sumérios já lidavam com números há mais de 4 mil anos A.C.

Além disso, existem muitos registros que mostram que civilizações pré-históricas já lidavam com unidades de contagem e medida. Viu só? Mesmo que você vivesse no alvorecer da humanidade, ainda teria de lidar com matemática. 

Quem é considerado o pai da Matemática?

Como anda o seu conhecimento sobre o Teorema de Pitágoras? Esta fórmula, que já pode ter te rendido um nó na cabeça, homenageia o pai da matemática, o pensador grego Pitágoras de Samos

Foi ele que descobriu os números irracionais e que o universo é regido por relações matemáticas precisas e harmoniosas. Além do teorema que estabelece uma relação fundamental entre os lados de um triângulo retângulo.

Quem foi o primeiro matemático a investigar os números?

O primeiro cientista a tentar realmente desvendar os números foi outro grego: Tales de Mileto, conhecido por ser um grande astrônomo e matemático. 

Ele é conhecido por suas contribuições para a geometria e a álgebra, além de suas teorias sobre a natureza da matéria e do universo. Há dois teoremas que o homenageiam na geometria, ambos sobre triângulos. 

Quem colocou letras na matemática?

Essa aqui já fez muita gente pensar: “eu desisto! Agora tem letra também?”. A verdade é que as letras são utilizadas para representar variáveis e quantidades desconhecidas. 

Isso possibilita que equações e fórmulas sejam escritas de forma geral, sem precisar de valores numéricos. As letras já eram usadas ao longo da história, mas o matemático considerado o pai desta modalidade é o francês François Viète.

Quando surgiu o zero?

Mas como pode, algo ser nada? O zero como um número e símbolo matemático já é algo bem antigo, algo que remonta ao início da civilização em culturas como a babilônica, maia e indiana. 

O uso do zero como número posicionado em um sistema numérico foi iniciado na Índia, para representar números maiores do que a base numérica. Os europeus só se atualizaram nos séculos 13 e 14 quando adotaram a numeração hindu-arábico para substituir os algarismos gregos e romanos. 

Qual é a relação com a tecnologia?

Se você respondeu que é importantíssima, está mais do que certo! A matemática é essencial para a tecnologia, pois é considerada a “linguagem da ciência”: sem ela, não há tecnologia. 

A matemática é utilizada em diversos campos de estudo, como engenharia, física, química, economia e biologia. Sabe a criptografia, usada para proteger seus dados e privacidade? Pois é, sem matemática, ela não existiria. 

Quem é o maior matemático do Brasil?

E quem leva a medalha de ouro neste quesito? A verdade é que é impossível coroar apenas uma pessoa, uma vez que o Brasil é conhecido por grandes cientistas da área. Confira alguns nomes que se destacam entre os melhores na ciência dos números: 

Elon Lages Lima (1915-2016), conhecido por seu trabalho em equações diferenciais e sistemas dinâmicos.

Artur Avila (1979), vencedor Medalha Fields em 2014 por seus estudos em sistemas dinâmicos e teoria ergódica.

Jacob Palis (1940),  conhecido por suas pesquisas em sistemas dinâmicos e caos. 

César Camacho (1945), conhecido por seu trabalho em teoria dos grafos e combinatória. 

Manfredo do Carmo (1928-2018), se tornou uma referência por seus trabalhos em geometria diferencial.

Mauricio Matos Peixoto (1921), conhecido por sua significativa contribuição para o estudo de sistemas dinâmicos.

Warwick Estevam Kerr (1922-2018), matemático e geneticista, conhecido por suas contribuições para a apicultura (criação de abelhas). 

*Reportagem: Guilherme Lage 

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
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Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.