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Dia das mães: barriga solidária é motivo de comemoração para duas irmãs

O Dia das Mães está chegando e para muitas mulheres essa data é mais do que especial. Em uma série de reportagens especiais, a TV Vitória exibe histórias emocionantes e de superação de muitas mulheres que se tornaram mães. 

Aos 17 anos, a professora Luciana Ferrari descobriu que jamais poderia engravidar. Ela é portadora da Síndrome de Rokitansk, que ocasiona a má formação do útero. 

Até descobrir a síndrome que a impedia de gerar uma criança, ela não pensava em ser mãe e tinha até medo. Mas dez anos se passaram, ela se casou e assim veio o sonho da maternidade.

A professora vem de uma família de muitas mulheres: ela tem 13 irmãs e uma delas fez a proposta tentadora de ser barriga solidária. “Você não imagina que isso vai acontecer, parece literalmente história de novela, é algo muito surreal. Logo depois que teve o primeiro filho dela, minha irmã chegou e nem me preparou para a notícia. Ela disse que estava pronta e já podia ter os meus. Naquele momento eu falei para a Juliana ter todos os seus filhos. Só depois que teve o segundo filho, ela falou que estava pronta. A gente foi fazer o tratamento e, em 2009, as meninas nasceram”, contou Luciana. 

Mas foi apenas na segunda tentativa que a irmã Juliana Ferrari conseguiu engravidar. Estava tudo indo muito bem com a gravidez, mas elas não imaginavam que, ao invés de um, seriam quatro filhos de uma vez só. “A gente fez duas tentativas de fertilização in vitro. Na primeira acabou ocorrendo um aborto e na segunda nós implantamos dois embriões. Fazendo a ultrasom nós descobrimos que não só os dois vingaram, mas sim quatro. Acabou que um embrião se dividiu em três, o outro também se fixou e ficou uma gravidez de quadrigêmeos. Quando a gente descobriu, eu e meu marido ficamos em desespero, pensando na saúde da Juliana, já que era uma gravidez de múltiplos. A gente já tinha esse receio de incomodar a Juliana, afinal de contas ela tem dois filhos e um marido”, disse professora.

Mas nem tudo saiu como o esperado pela família. As meninas nasceram prematuras extremas e ficaram dois meses na UTI. No quinto dia, Bianca, que foi o quarto bebê a nascer e ainda estava entubada, teve uma pneumonia muito forte e faleceu.

Para Juliana, o momento mais difícil desse processo foi quando a pequena faleceu. “Talvez tenha sido o momento mais difícil de todo o processo. Foi ali que eu senti como era forte a minha relação com elas. Eu até pedi para ela me falar logo os nomes porque eu conversava muito com elas na gravidez. Falava que era a tia, mas que elas tinham uma mãe maravilhosa, mas nunca confundia essa relação. Quando a Bianca faleceu, eu pensei que era a pessoa mais próxima dela”, ressalta Juliana.

Depois de alguns meses na UTI, as três meninas foram finalmente para a casa ao encontro da mãe Luciana. A irmã que gerou as crianças é a madrinha, fortalecendo a união que já existia. 

A atitude de Juliana faz com que a irmã comemorasse o impossível no Dia das Mães. Hoje as três meninas estão com muita saúde e levam brilho à vida da mamãe Luciana, que sonhou tanto com a chegada delas. “Apesar de não imaginar com 17 anos, hoje vejo que, apesar de não ter útero, eu nasci para ser mãe. Eu amo exercer a maternidade e elas são tudo na minha vida. Até hoje a gente não acredita que elas estão aqui”, ressaltou.