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Divulgação da prova em redes sociais não causou dano ao Enem, diz ministro

Os responsáveis, declarou, serão punidos. Weintraub classificou como "terrorismo" o vazamento da prova no primeiro dia do teste, no último domingo, 3

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que a divulgação da prova do Exame Nacional do Ensino do Médio (Enem) em redes sociais antes do término da aplicação neste domingo, 10, não causou danos.

De acordo com o ministro, os responsáveis pela divulgação do segundo dia foram candidatos e não aplicadores. Houve registro de boletins de ocorrências para notificar o caso. “O dano disso foi zero”, afirmou Weintraub. “Isso é um trouxa. É um babaca”, classificou o ministro, em referência a quem divulgou. “Tem que punir essas pessoas de forma exemplar para saber que uma ação danosa para prejudicar o coletivo não sai impune.”

O ministro ainda afirmou que os responsáveis vão ter que explicar o caso “pelo resto da vida” e negou que tenha sido um “vazamento” porque não teria saído da estrutura do Enem. “Vai ser preso? Não. A gente não consegue nem prender ladrão contumaz, manter preso um ladrão contumaz… não vou polemizar”, comentou o ministro, sem citar nenhum nome específico. Na sexta-feira, 8, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a prisão após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

‘Terrorismo’

Ao comentar o vazamento da prova no domingo anterior, dia 3, o ministro classificou como “terrorismo” de “militantes” o comportamento de duas aplicadoras acusadas de vazarem o conteúdo. A Polícia Federal investiga o caso. Weintraub comentou que uma delas “talvez seja inocente” e que outra é “culpada”. “O que ela tentou fazer foi terrorismo. Isso se chama terrorismo, colocar terror na sociedade civil”, comentou.

Weintraub apontou para uma estrutura maior que teria planejado o vazamento. “Pessoas adultas recebendo para fazer a prova planejaram essa ação. Não foi piada, gracinha, foi sabotagem, foi para causar mal-estar da sociedade”, comentou, respondendo mais tarde que cabe à polícia esclarecer as informações.

Dados

O Inep divulgou que dos 5.095.388 inscritos, 3.709.809 fizeram a prova no segundo dia de aplicação, ou seja, um índice de 72,81% de presença e de 27,10% de ausência. Na semana passada, primeiro dia do teste, o porcentual de ausentes foi de 23,1%.

De acordo com o ministro da Educação e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, essa foi a menor abstenção para o segundo dia de prova da história do Enem. “Tivemos o melhor Enem de todos os tempos”, disse Weintraub, que ainda destacou que não houve “ideologia” na prova.

Entre os candidatos, 371 foram eliminados. De acordo com o Inep, os principais motivos foram por portar equipamento eletrônico, ausentar-se antes do horário permitido, utilizar materiais impressos, não atender às orientações dos fiscais, entre outras.