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Dobra o número de espécies ameaçadas de extinção no ES; veja lista

O número é apontado por cientistas e ambientalistas e foi divulgado em um decreto publicado pelo Governo do Espírito Santo

Foto: Gustavo Magnago

Em 17 anos, de 2005 a 2022, praticamente dobrou o número de espécies ameaçadas de extinção no Espírito Santo. O número é apontado por cientistas e ambientalistas e foi divulgado em um decreto publicado pelo governo do Espírito Santo.

No total, foram contempladas 1874 espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção no Estado. Dentre os animais, são declarados aves, répteis, anfíbios e invertebrados terrestres, dentre eles: o jacaré, onça-pintada e harpia. 

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Em entrevista ao Folha Vitória, o doutor em Ecologia de Ecossistemas, Yhuri Nóbrega, afirmou que a situação é preocupante.

“O ideal seria que essa lista diminuísse, mas não ocorreu. O Espírito Santo é um dos Estados com o maior número de espécies por área, e contamos com animais marcantes que, infelizmente, estão em extinção, como, por exemplo: a onça-pintada e o jacaré-do-papo-amarelo”, descreve. 

O especialista também ressalta que, entre alguns motivos para a grande mortalidade estão: 

A perda de habitat dos animais;

A presença da caça no território capixaba;

A ameaça aos corpos d’água, seca e desmatamento. 

“São fatores muito marcantes mas que, infelizmente, a sociedade só percebe o impacto quando os números aparecem na nossa frente”, explica o especialista. 

População é aliada na preservação

Sustentabilidade e preservação ambiental são temas cada vez mais discutidos. Mais e mais pessoas estão percebendo que, ainda que individualmente, mudar hábitos e ações com o intuito de reduzir o impacto ambiental e preservar recursos naturais é uma reação necessária.

Diante disso, o especialista destaca que, uma das situações que tem dado certo, são as ações realizadas pelas Organizações Não Governamentais (ONG’s), voltadas para a preservação do Meio Ambiente. “É uma grande força-tarefa”, descreve. 

No Espírito Santo, são presentes grandes exemplos, dentre eles: o Instituto Caiman, da pesquisa do Jacaré-de-Papo-Amarelo; o projeto Saíra-apunhalada; Projeto Tamar; Últimos Refúgios, entre outros.

Além disso, ainda segundo Yhuri, a biodiversidade é a maior riqueza, tanto do Espírito Santo, quanto do Brasil.

“Quando a gente perde esses animais, também vamos perdendo a nossa própria espécie”, ressalta.

Veja alguns exemplos de animais ameaçados:  

– Tartaruga-marinha-verde (Chelonia mydas)
– Tartaruga-marinha-gigante (Dermochelys coriacea)
– Toninha (Pontoporia blainvillei)
– Harpia (Harpia harpyja)
– Surucucu (Lachesis muta)
– Saíra-apunhalada (Nemosia rourei)
– Cuíca-d’água (Chironectes minimus)
– Onça-pintada (Panthera onca)
– Sagui-da-serra-claro (Callithrix flaviceps)
– Borboleta-asa-de-vidro ( Episcada vitrea)
– Rã-da-pedra (Thoropa petropolitana)
– Preguiça-de-coleira ( Bradypus torquatus)
– Bugio-ruivo (Alouatta guariba)
– Fragata-grande (Fregata magnificens)
– Jacurutu (Bubo virginianus)
– Gato-maracajá (Leopardus wiedii)
– Sabiá-da-praia (Mimus gilvus)

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtor Web
Produtor Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória