Uma foto que tem circulado em redes sociais atraiu a atenção de muitos capixabas nesta quinta-feira (01). A imagem mostra equipamentos, semelhantes a radares de fiscalização de trânsito, instalados na Segunda Ponte, em Vitória, o que deixou muitos com dúvida em relação à utilidade do material instalado.
No entanto, a Prefeitura de Vitória garante que o equipamento em questão não é um radar de trânsito. De acordo com informações do Secretário de Municipal de Segurança Urbana, Fronzio Calheira Mota, trata-se de câmeras que compõem o projeto municipal de cerco eletrônico.
Ao todo, está prevista a instalação de 70 câmeras em 18 pontos da capital. O objetivo é coibir roubos e furtos de veículos na capital. As câmeras serão integradas ao Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), que vai auxiliar todo o trabalho de monitoramento.
Das 70 câmeras, 40 já estão instaladas e a previsão é que o serviço comece a funcionar em abril. Os equipamentos serão espalhados em todas as entradas e saídas do município, o que também auxilia na segurança de outros municípios da Grande Vitória.
“O fato das câmeras serem instaladas nas entradas e saídas de Vitória acaba auxiliando a segurança de municípios vizinhos também. Na Segunda Ponte, por exemplo, são quatro equipamentos espalhados nos dois lados da via. Com isso, vamos receber imagens de veículos que chegam à capital e que saem para Vila Velha e Cariacica”, relatou Fronzio Mota.
Como funciona
O sistema registra a foto de todos os veículos que passam pelas barreiras e as placas são “lidas” pelo equipamento, que armazena a informação na base de dados. Caso haja uma restrição de furto ou roubo, ou mesmo um indicativo de suspeita emitido pelas forças de segurança, será disparado um alerta na Central de Videomonitoramento da Guarda Civil Municipal.
Os operadores da central repassarão todas as informações do carro, tais como trajeto, cor e modelo ao Ciodes, que solicitará a abordagem pelas equipes da Guarda ou da Polícia Militar.
Clonagem
O programa também emitirá alertas automáticos quando reconhecer incongruências espaço-temporais, como registros de uma mesma placa aparecendo em pontos distantes, em um curto espaço de tempo, ou uma mesma placa sendo visualizada ao mesmo tempo em locais diferentes.
Nos dois casos, há indício de clonagem do veículo e o sistema indicará às forças de segurança a localização estimada do veículo clone para abordagem. A inteligência artificial poderá reconhecer ainda diferenças grosseiras, como motos utilizando placas de carros e até mesmo veículos do mesmo modelo, mas com cores diferentes da indicada pelo sistema nacional.
Veículos suspeitos
Mesmo sem a identificação da placa, veículos suspeitos poderão ser buscados por meio da análise dos dados. É possível, por exemplo, buscar o histórico de trajetos e os dias e horários de determinado carro que esteja envolvido em assaltos, no qual só se saibam a cor, o modelo ou somente partes das letras e números que compõem a placa.
Com as informações do sistema, as forças de segurança poderão fazer buscas orientadas para um veículo específico, com foco na região mais acessada e horário mais utilizado nos deslocamentos.