A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a Cop-26, realizada em Glasgow, Escócia, já tem, ela mesma, um outro clima e sinaliza mudanças no protagonismo do Brasil, interna e externamente.
No tabuleiro do jogo político, a estratégia é ocupar espaço e fica mais fácil quando um dos jogadores passa a jogada. Foi isso que fez o presidente Jair Bolsonaro ao não acompanhar a delegação brasileira na Conferência do Clima, representada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, apesar dos apelos feitos por líderes mundiais.
Jogo jogado, o Consórcio Brasil Verde, que reúne 22 governadores e é presidido pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, avançou algumas casas e apresentou o grupo à comunidade internacional. Criar interlocução direta com lideranças mundiais e organismos multilaterais é positivo e abre uma série de possibilidades de desenvolvimento econômico e social.
Entre reis e peões, governadores se reuniram com o herdeiro do trono do Reino Unido, o príncipe Charles, que no ano passado lançou um fórum sobre a questão do clima. Um dos muitos encontros realizados em Glasgow.
Enquanto o presidente se afasta da Agenda Verde, os governadores se aproximam. Ganham força lá fora e aqui dentro.
A atuação conjunta revela uma nova composição do pacto federativo. Tem sido assim no combate à pandemia e na discussão do ICMS sobre os combustíveis, para ficarmos em dois exemplos recentes.
Como diz o ditado, na política não há espaço vazio!