O Brasil chega ao seu Bicentenário da Independência na próxima quarta-feira, em 7 de setembro. Mais do que celebrar, devemos refletir sobre o que significam os 200 anos de independência. A data não deve ser lembrada apenas por um acontecimento isolado, como o grito do Ipiranga ou a independência do Reino de Portugal. É preciso aproveitar a oportunidade para fazer um balanço do que realizamos como país e como sociedade. De que forma evoluímos? Onde ainda temos muito a melhorar como nação?
É claro que muito foi feito de 1822 pra cá, a começar pela abolição da escravatura. Nossa nação se estabeleceu como uma República sólida e como democracia pujante. Mas cada época histórica tem problemas e desafios específicos. Ainda hoje há desigualdades e entraves que já deveriam ter sido resolvidos e que pedem soluções urgentes, como ausência de educação de qualidade para todas as crianças e jovens e a falta de reformas estruturais, como a tributária – sempre adiada –, que possam promover o crescimento econômico e o ambiente de negócios no país.
Em outubro haverá eleições e os principais problemas do Brasil não estão sendo, de fato, discutidos. Mas ainda há tempo de o debate político colocar-se em torno de ideias, propostas e afastar os radicalismos.
Após o auge da pandemia da Covid-19, este país emancipado por D. Pedro I há dois séculos precisa agora de um “consenso político” em torno de pautas inadiáveis: o crescimento econômico sustentável; a redução das desigualdades sociais; o combate à miséria e à fome; a geração de emprego, renda e oportunidades para todos; a estabilidade política e institucional sem a qual não é possível fortalecer a nossa economia.
Essa agenda precisa ser construída para além de opiniões pessoais, ideologias e programas partidários. E deve ser abraçada por todos os brasileiros, começando por aqueles que se habilitam a governar o Brasil.