A vacina contra a dengue chega agora em fevereiro para 20 municípios capixabas.
A prioridade é vacinar crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, já que esse é o grupo com a maior taxa de hospitalização depois dos idosos.
Acontece que para essa faixa etária a Anvisa ainda não autorizou a vacina. Os critérios de prioridade também foram definidos por conta da capacidade da empresa farmacêutica de fabricar o imunizante.
A chegada das primeiras doses é um alento, mas não a solução. A forma mais eficaz de combater o mosquito Aedes Aegypti está nas nossas mãos, ou seja, eliminando os criadouros.
A cada dez pontos críticos, oito estão dentro das residências. Um detalhe importante: estamos vivendo o período mais propício para a proliferação do mosquito: muito calor e chuva. Essa combinação climática aumenta muito os riscos.
Portanto, os cuidados básicos como, por exemplo, manter vasos de plantas limpos e cobrir ralos e caixas d’água faz toda a diferença para o aumento ou redução do número de casos.
No ano passado, o Estado registrou uma epidemia, com a maior incidência da doença no país e, também, o maior número de mortes, de acordo com Ministério da Saúde.
Nessas primeiras semanas de janeiro não houve óbitos no Espírito Santo, e de maneira geral, a incidência foi considerada baixa. No entanto, em alguns municípios como Afonso Cláudio e Linhares a incidência foi alta, ou seja, mais de 300 casos por 100 mil habitantes.
Na Região Metropolitana outro ponto merece atenção. Na semana passada, com a greve dos garis algumas ruas amanheceram com lixo. Além disso, com a paralização da coleta muita gente armazenou em casa. Esses dois fatores potencializam a proliferação do mosquito na medida em que qualquer recipiente, quando descartado de maneira incorreta, pode virar um criadouro.
O combate à dengue está nos detalhes e é uma responsabilidade compartilhada. Promover campanhas de conscientização sobre a prevenção, descarte adequado do lixo e eliminação dos focos de água parada é a barreira mais eficaz contra a propagação do mosquito.
Para além disso, a conscientização também engloba a disseminação de informações sobre os sintomas, diagnóstico precoce e busca por assistência médica.
A doença é grave e a colaboração entre as autoridades de saúde e a população é fundamental para criar uma rede consistente de combate à dengue.