A fome dói. Para milhões de brasileiros é uma batalha constante pela sobrevivência, diariamente.
Para nós, a parte da população que tem o privilégio de não sentir a dor física causada pela falta de comida, deveria sobrar no prato a dor da indignação. Esse é o primeiro passo para mudar a realidade.
É preciso se indignar com a dor da fome, não normalizá-la. É necessário mudar hábitos, por exemplo, evitar o desperdício.
Quase um terço de todos os alimentos produzidos no Brasil são desperdiçados entre o campo e a mesa do consumidor. Isso significa mais de 55 milhões de toneladas.
O alerta foi feito pela economista Geyze Diniz, cofundadora do Pacto Contra a Fome, que esteve aqui em Vitória participando do Conector-ES – Encontro de Transformadores Sociais, realizado pelo Instituto Americo Buaiz.
A fome dói. Uma dor moral. Permitir que a fome persista quando há abundância de recursos desafia nosso senso de humanidade.
No Espírito Santo, as estimativas apontam que mais de 700 mil pessoas vivem em situação de algum grau de insegurança alimentar.
A fome dói. É injustificável em um mundo onde há tecnologia e conhecimento suficientes para alimentar a todos. A fome desafia a lógica econômica.
Quando vemos crianças desnutridas, famílias inteiras sem acesso ao básico para viver, não podemos ignorar a gravidade da situação.
A fome dói. A fome nos desafia a mudar atitudes, individualmente e coletivamente. A fome exige maior empatia e vontade política de fazer diferente.
Essa é uma dor que nos desafia a agir, a repensar nossos hábitos e a exigir mudanças.