A opção de colocar os filhos em tempo integral na escola é muito prática e eficiente para mães e pais que trabalham fora, mas ela pode beneficiar qualquer família que consiga se adequar a essa rotina. Essa modalidade de ensino, aliás, é uma meta do Governo Federal. O Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado pela presidente Dilma Rousseff no dia 26 de junho deste ano, estabelece que até 2024 metade das escolas públicas do país deve garantir ensino em tempo integral.
Isso significaria oferecer o ensino durante tempo integral em mais de 75 mil escolas, atingindo 10 milhões de alunos. Para isso, o Ministério da Educação vai contar com o dinheiro dos royalties do petróleo para elevar de 6,4% para 10% a proporção do PIB investido no ensino. “Nenhum País do mundo chegou a se transformar em uma nação desenvolvida sem que as crianças tenham dois turnos na escola”, defendeu a presidente Dilma ao assinar o PNE.
Mas passar cerca de nove horas por dia na escola vale a pena? Para Vania Carvalho de Araújo, Doutora em Educação e pesquisadora na área de Educação Infantil e Infância, depende do contexto. A modalidade só será válida se as atividades no contraturno forem além da sala de aula. “Não adianta fazer mais do menos, ficar na repetição o dia todo. A criança precisa ter acesso a outras atividades, outras interações, ir a museus, parques, ter um bem-estar cultural e social. Os alunos têm que conviver, rodar pela cidade, ter outras vivências além da escola. Tempo integral não é só ocupar o tempo do aluno”.
E a chave de uma educação em tempo integral de qualidade está em duas palavras: proposta pedagógica. “Quando a aposta é em Educação Infantil, uma das primeiras coisas a se ver, junto com o ambiente, é a proposta pedagógica, porque isso precisa ir para além da instituição, precisa envolver aulas passeios. Então essa pergunta é fundamental, porque é onde crianças cerca de seis anos, desde bebês”, destaca Vania.
