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Em dois meses, 16 golfinhos são encontrados mortos no litoral capixaba

A maioria das mortes dos animais é causada por ação humana, como explica o coordenador do Instituto Baleia Jubarte

Foto: Reprodução/Instituto Orca

Nos últimos dois meses, 16 golfinhos foram encontrados mortos em praias do Espírito Santo. O último deles foi achado na Praia da Ponta da Fruta, em Vila Velha. O animal tinha 3 metros de comprimento e pesava mais de 300 quilos. 

A maioria das mortes dos animais é causada por ação humana, como explica o coordenador do Instituto Baleia Jubarte, Paulo Rodrigues. 

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De acordo com ele, muitos dos animais acabam sendo vítimas de redes de pesca e até mesmo de agentes poluentes que acabam sendo despejados no mar. O coordenador afirma que o trabalho do Instituto é engajar as pessoas na luta pela proteção da fauna marinha. 

“Vemos que tem uma interação com pesca, com redes de pesca, também com poluição. Muitos animais apresentam infecções e morrem por causa de poluição. Nós atuamos para sensibilizar as pessoas, tentar evitar que essa poluição chegue, que estes artefatos de pesca sejam colocados em locais sensíveis, para reduzir estes impactos”, disse. 

Números estão na média, diz Instituto Orca 

Em 2023 foram encontrados 62 golfinhos mortos no litoral capixaba. Segundo o diretor do Instituto Orca, João Marcelo Nogueira, o número de animais mortos encontrados este ano está na média esperada. 

Segundo ele, por mais que o número pareça alto, os golfinhos têm se reproduzido bastante. 

“Por mais que pareça um número alto, a gente está com uma meta anual nos últimos três anos de 40 a 50 animais anuais de encalhe de golfinhos. Parece um número alto, porém a população aumentou muito”, disse. 

Ainda segundo ele, no litoral capixaba é possível avistar muitas famílias de golfinhos. O que pode causar um encalhe é justamente a interação dos animais com redes de pesca e outros tipos de embarcações.

“Então hoje se você sair embarcado, pode ver muito próximo ao nosso litoral muitas famílias de golfinhos. Eles acabam interagindo com redes, embarcações, se alimentando de tudo que encontram no mar, então tem essa série de problemas que acontecem”

A causa da morte do último golfinho, segundo ele, ainda precisa ser avaliada. Mas o animal tinha marcas de enredamento pelo corpo. Apesar disso, ele explica que não necessariamente uma rede tenha sido a causadora do óbito. 

Nogueira informa que os resultados das avaliações devem ficar prontos em até cinco meses. 

“A princípio ele tinha algumas marcas de enredamento, o que não quer dizer que ele morreu nas redes, porque esses animais acabam realmente buscando nas redes alguns peixes enroscados, mas a gente só vai saber a real causa da morte daqui uns quatro ou cinco meses quando acabaram essas avaliações e elas voltarem para a gente fechar o laudo”

*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record 

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