Exatamente uma semana após o deslizamento de uma pedra com mais de três mil toneladas, ocorrido no dia 1º de janeiro no Morro da Boa Vista, em Vila Velha, tiveram início nesta sexta-feira (08) os trabalhos de demolição e contenção de rochas, para evitar novos deslizamentos. A decisão foi tomada após a avaliação de geólogos que, na tarde da última quarta-feira (06) sobrevoaram e percorreram o local do incidente.
A rocha que provocou o acidente começou a ser quebrada para retirada e foram instalados dois compressores de ar no canteiro de obras da empresa, na parte baixa do morro para iniciar a perfuração da pedra, localizada no topo do morro, que deverá ser fixada. Também foi necessária a abertura de caminhos para que o trabalho seja realizado.
Cerca de 200 toneladas de material devem ser usadas na obra, fora os equipamentos. Para facilitar a subida dos trabalhadores com o material necessário às obras, que está sendo feita a pé, a Prefeitura de Vila Velha pretende construir, na próxima semana, um teleférico para transportar as cargas. Para a execução das obras, que durarão seis meses, serão utilizados, inicialmente, 25 funcionários.
De acordo com o prefeito Rodney Miranda, durante os trabalhos no morro, parte da mão de obra utilizada pela empresa será de moradores da comunidade. “Nos solicitamos a empresa contratada que aproveite os trabalhadores do bairro”, revelou. O custo de todo o serviço ainda não foi definido, segundo a Prefeitura. A empresa de engenharia foi contratada com dispensa de licitação, por causa da situação de emergência.
Estrago
Cinco casas foram atingidas pela pedra que deslizou no Morro da Boa Vista. O incidente deixou quinze pessoas e promoveu a remoção de 307 famílias de suas casas, devido ao risco de novos deslizamentos; 42 delas ainda estão alojadas em uma escola de São Torquato, mas de acordo com a prefeitura em breve irão receber aluguel social.
Resistência
Mesmo sabendo dos riscos de permanecer no local, muitas famílias se recusam a deixar suas casas. Segundo o último balanço realizado, 242 pessoas foram notificadas pela Defesa Civil, por continuarem morando na área. “A gente não dorme, fica na expectativa. Não tem como dormir sabendo que o aqui está perigoso”, contou o aposentado Jailton dos Santos, que mora no morro há mais 20 anos e não quer deixar o local mesmo sabendo do perigo.