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Empresa que opera linhas municipais em Vitória ficará de fora de integração com Transcol

Como não tem contrato com o governo estadual, Viação Tabuazeiro não poderá seguir operando as linhas que passarão a integrar o sistema metropolitano

Foto: Reprodução

Com a integração do sistema de transporte público municipal de Vitória com o Transcol, a partir da próxima segunda-feira (10), apenas duas das três empresas que hoje operam as linhas municipais poderão continuar no sistema metropolitano. Isso porque ambas possuem contrato com o governo do Estado e já operam linhas que compõem o sistema Transcol.

As duas empresas que já atuam no transporte metropolitano são a Unimar e a Grande Vitória. Dessa forma, segundo o secretário estadual de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, a migração das duas empresas para o novo sistema integrado é automática e ambas poderão continuar operando as mesmas linhas que fazem atualmente.

Entretanto, a Viação Tabuazeiro, como não tem contrato com o governo estadual, não poderá seguir na operação das linhas que passarão a integrar o Transcol. Dessa forma, segundo Fábio Damasceno, outras empresas deverão ficar responsáveis por essas linhas. “A Tabuazeiro não presta serviço para nós. Então nós vamos usar os nossos consórcios para fazer o atendimento das linhas que hoje são operadas pela Tabuazeiro”, afirmou o secretário, durante entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (05).

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Sobre como as empresas que possuem contrato com o governo estadual poderão absorver essas linhas da Viação Tabuazeiro, Fábio Damasceno ressaltou que essa questão deverá ser avaliada por cada companhia.

“As empresas agora vão tomar uma decisão, vão avaliar qual é a frota. A gente sabe que não temos a frota disponível para atender. Então, provavelmente, as empresas do Transcol vão estar adquirindo ônibus dessas empresas para poder operar no Transcol. Elas vão ter que achar uma frota. Qual é a frota disponível hoje? É a frota de Vitória. Então a Ceturb está autorizando incorporar essa frota ao Transcol, desde que, no prazo máximo de um ano, 100% da frota seja substituída”, declarou.

O secretário esclareceu ainda que os funcionários da Viação Tabuazeiro também não poderão trabalhar no sistema Transcol, a menos que sejam contratados por outras empresas que possuem contrato com o governo estadual.

“É uma decisão empresarial. A gente sabe que, para operar essa frota nova para o Transcol, vai precisar de funcionários. Até uma das empresas do Transcol é proprietária da Tabuazeiro, só que eles não podem operar com funcionários da Tabuazeiro. Profissional da Tabuazeiro a gente não reconhece como operador. Então isso é uma decisão entre sindicato, trabalhadores, Tribunal Regional do Trabalho e as empresas do Transcol, de como vai se dar a migração desses funcionários”, destacou.

“É desejável que não haja demissão. Vamos fazer de tudo para que esses trabalhadores possam ser absorvidos no sistema Transcol, já que vamos precisar desses motoristas para atender a toda essa ampliação do Transcol. Mas não podemos misturar Viação Tabuazeiro com as viações que prestam serviço para o Transcol”, completou o secretário.

A reportagem do Folha Vitória tentou contato com a assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Espírito Santo (Setpes) para saber se o sindicato e a empresa teriam algum posicionamento a respeito dessa questão. Entretanto, até o momento, não houve retorno por parte do Setpes. Caso algum posicionamento seja divulgado, a matéria será atualizada.

Protesto

No início da semana passada, funcionários da Viação Tabuazeiro participaram de um protesto, em Vitória, que prejudicou a operação das linhas operadas pela companhia. Com isso, muitos usuários do transporte público da capital tiveram de ter paciência para conseguir embarcar nos ônibus.

Um desses usuários prejudicados foi a estudante Larissa Luiza Barauna, que mora no bairro Maria Ortiz, na capital. Ela conta que precisou desembolsar um valor maior para seguir para o trabalho em carro por aplicativo.

“O ponto do ‘verdinho’ é na frente da minha casa. Para pegar um Transcol, preciso caminhar cerca de 20 minutos até o ponto mais próximo, na pracinha de Goiabeiras. Em alguns dias da semana passada eu fiquei mais de uma hora esperando para pegar um ônibus. A situação está precária”, afirmou, na ocasião.

Larissa relatou ainda que os atrasos estavam ocorrendo somente nos dias de manifestação. Nos outros dias, a circulação seguia normal. “Minha mãe foi para o ponto por volta das 7h30 e até 8h20 não havia passado nenhum ônibus. Ela precisava entrar no trabalho às 9 horas e foi o jeito recorrer ao transporte por aplicativo”, disse.