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Entenda por que o azeite está custando mais de R$ 30

Vários fatores têm influenciado no preço de um dos alimentos mais usados nas mesas das famílias brasileiras. Economista ouvido pelo Folha Vitória explica

Foto: Reprodução/Pexels

Você que vai sempre ao supermercado já deve ter percebido que o preço do azeite não parou de subir nos últimos meses. Nas prateleiras, cada garrafa não custa menos de R$ 30, principalmente entre os importados. Por que isso acontece? Alguns fatores ajudam a explicar essa alta.

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O principal deles é a seca histórica que vem atingindo a Europa e que afetou em cheio Espanha, Itália e Grécia, três dos quatro principais produtores de azeite de oliva do planeta.

A água é fundamental para o crescimento saudável das oliveiras e para o desenvolvimento adequado das azeitonas. A escassez das chuvas afeta diretamente a produção de azeite.

Segundo dados da União Europeia, a Espanha, maior produtora do mundo, na safra 21/22, produziu 1,3 milhão de toneladas de azeite, o que correspondeu a mais de 40% da produção mundial. Enquanto a safra 22/23 rendeu um pouco mais que a metade da anterior, 680 mil toneladas.

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Com o aumento da demanda, o preço do produto disparou e afetou os principais mercados pelo mundo, inclusive o brasileiro. É o que explica o economista e professor universitário Antonio Marcus Machado.

“Nosso país é um grande importador de azeite de oliva. Então, disputa com o mercado internacional a produção que se tem. Soma-se a isso o câmbio. O valor do dólar pode ter caído, mas continua alto”, afirmou.

O Brasil é o segundo maior importador de azeite de oliva do mundo. De acordo com o International Olive Council (OIC), em 2021, o país importou 100 milhões de litros do produto. Esse número correspondeu a quase 100% do que foi consumido pelo brasileiro naquele ano.

Machado ainda lembra que a economia mundial se recupera dos efeitos da pandemia e muitos países, como o nosso, sofrem com taxas de juros altas e a inflação. Mas ele tem esperança que pelo menos esses fatores se estabilizem até o final do ano.

“A economia é sempre muito difícil de prever. Porém a tendência é que aqui no Brasil, itens básicos como arroz, feijão, azeite tenham um maior equilíbrio no preço a partir de outubro ou novembro”, completa.

Práticas fraudulentas

No atual cenário é bastante provável que o mercado sofra ainda mais com práticas fraudulentas, como a adulteração de produtos ou venda de azeites de qualidade inferior.

Segundo Antonio Marcus, apesar de ser difícil para o consumidor final, o mercadista tem sim condições de observar se o produto que chegou a sua prateleira é íntegro. Ele destaca ainda que é função do poder público fiscalizar e punir os infratores.

Mesmo assim, existem algumas medidas que podem ser tomadas pelo consumidor final para não comprar gato por lebre. São elas:

Comprar azeite nacional: comprando azeite produzido no Brasil, se tem uma maior garantia de autenticidade e qualidade.
Ler o rótulo do produto: procure por informações como o país de origem, o tipo de azeite (extravirgem, virgem, refinado), o método e a data de extração / validade.
O preço: desconfie de preços excessivamente baixos, especialmente se o produto alega ser extravirgem.

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