Enterrar os animais de estimação sempre gerou dúvidas aos donos. Nem todos os municípios oferecem o serviço de recolhimento de corpo do animal, muito menos cerimônia de despedida. Na última terça-feira (05) no Rio de Janeiro, foi aprovada uma lei municipal que permite enterros em campas e jazigos pertencentes aos seus proprietários.
A presidente da Sociedade de Proteção aos Animais do Espírito Santo (Sopaes), Virgínia Brandão, informou que aqui no Espírito Santo não há nenhum projeto nesse sentido e que o enterro dos animais é sempre complicado. “Geralmente quem tem casa enterra o bichinho no quintal, o que não é aconselhável por possibilitar algum tipo de contaminação. Quem mora em apartamento fica sem alternativas. Muitos chamam empresas para fazer o recolhimento, mas o corpo do animal é enterrado em aterros sanitários”, informou.
No Congresso Nacional dois projetos estão tramitando e tratam do assunto. Um proposto pelo deputado Antonio Goulart dos Reis (PSD/SP) pede autorização para sepultamento de animal doméstico em cemitério. E outro do deputado Marcelo Belinati (PP/PR) propõe o sepultamento de animais não humanos em cemitérios públicos. Os dois projetos aguardam parecer do relator na Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU). Se aprovada, a medida vai valer para todo país.
A justificativa dos projetos é de que “não há, atualmente, respaldo da legislação para que o animal possa ser enterrado junto com seus companheiros humanos”. Num outro trecho que justifica, os proponentes avaliam o amor dos donos aos seus animais. “O amor e respeito aos animais não humanos cresce muito em nossa sociedade, e atualmente temos muitos animais que são considerados, praticamente, membros das famílias humanas. Quando ocorre o falecimento de um animal muito amado, há dificuldades para se dar o encaminhamento respeitoso ao cadáver”.
Para a presidente da Sopaes, a proposta será importante para quem tem um bichinho de estimação. “Acho interessante a ideia e vale a pena estimular a proposta. Hoje muitos donos veem os seus animais de estimação, não como animais, mas sim como filhos”, argumentou Virgínia.
Crematório
Aqui no Espírito Santo uma das principais demandas sobre a destinação dos corpos de animais domésticos, segundo a presidente da Sopaes, Virgínia Brandão, é a cremação. “Essa é nossa principal reivindicação. Não temos espaço para enterrar os animais e precisamos de um crematório especializado. Aqui no Estado temos apenas um cemitério destinado ao enterro de animais, mas nenhum local para cremar os corpos, que é além de tudo uma atitude higiênica”, explicou Virgínia.