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Entidades LGBT no Espírito Santo anunciam que farão vigília em repúdio a massacre nos Estados Unidos

Manifestação está marcada para a próxima quarta-feira, às 16 horas, no estacionamento da Câmara dos Vereadores de Cariacica. Ataque deixou 50 pessoas mortas e outras 53 feridas

Movimentos LGBT no Estado anunciaram que farão uma vigília na próxima quarta para protestar contra o massacre Foto: TV Vitória

O massacre ocorrido em uma boate gay na cidade de Orlando, nos Estados Unidos, onde 50 pessoas foram mortas e 53 ficaram feridas, na madrugada do último domingo (12), entrou na pauta da reunião mensal do Fórum Estadual pela Cidadania LGBT no Espírito Santo. Abaladas por causa da tragédia, as entidades que representam lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros no Estado estão organizando uma vigília, em repúdio ao ataque.

De acordo com a coordenadora do Fórum Estadual LGBT, Deborah Sabará, a vigília está marcada para a próxima quarta-feira (15), às 16 horas, no estacionamento da Câmara dos Vereadores de Cariacica. Segundo ela, o evento será aberto para a população em geral. Ela pede que os presentes compareçam ao local vestidos de preto, em luto pela tragédia, e levem velas para iluminar o ambiente.

“O objetivo é sensibilizar a população para essa tragédia, que é tão visível e que está acontecendo também no Brasil. Na madrugada de domingo, 50 foram mortos. Na madrugada de domingo, uma travesti foi assassinada com três facadas em Belo Horizonte, numa avenida muito conhecida. Então isso está acontecendo diariamente no Brasil e de várias formas”, ressaltou Deborah.

Em agosto do ano passado, a produtora de eventos Antimofo, de Vitória, chegou a procurar a Polícia Civil após uma pessoa publicar uma mensagem, no Facebook, informando que promoveria uma chacina durante uma festa organizada pela empresa. O autor da postagem disse que pretendia assassinar os frequentadores do evento por considerá-los “gays, travestis e putas degenerados”.

Psicologia

Ataque a boate gay nos Estados Unidos deixou 50 pessoas mortas e outras 53 feridas Foto: Reprodução

A psicóloga e psicanalista Cássia Rodrigues citou Sigmund Freud, considerado o pai da psicanálise, para tentar explicar o que levou Omar Mateen, de 29 anos, a entrar em uma boate gay para promover um massacre.

“É o mecanismo de defesa da psicanálise, onde Freud explicou que é uma formação que você se protege de encarar a si mesmo e aí você faz o inverso. Todas as pessoas que têm muita raiva de alguma coisa, já é uma fala não falada”, destacou.

Para a psicóloga e psicanalista, o comportamento do suspeito de ter promovido o massacre foi típico de preconceito e intolerância. “Todas as vezes em que a gente vê o direito querendo bater no esquerdo, você gera dois montes querendo se digladiar e isso nao é bom. Quem disse que o A é o certo e o B é o errado? Nós temos de aprender a ter amor. Amor não é sentimento. A gente tem de desenvolver o amor”, salientou.

Para Cássia Rodrigues, tragédias como a provocada por Omar Mateen podem ser evitadas, principalmente a partir da percepção da família. “Você percebe quando ele é muito crítico, muito ácido, quando ele tem uma raiva que não dá conta. Então você já vai percebendo um preconceito”, explicou.