Um proposta, que será apresentada ao Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pode ampliar o público prioritário da vacinação contra a covid-19. A ideia é que as vacinas da Pfizer sejam utilizadas nos adolescentes de 12 a 17 anos que possuam deficiências ou comorbidades.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, nesta quarta-feira (23), haverá uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em Brasília. Durante o evento, haverá um encontro com o ministro da pasta para apresentação da proposta.
“Queremos avançar na imunização dos adolescentes com deficiência. Vamos nos encontrar com o ministro e apresentar a proposta para que estes adolescentes, de 12 a 17 anos, com deficiência ou comorbidades, possam tomar a vacina da Pfizer”, disse.
Fernandes afirmou ainda que o posicionamento do governo do Espírito Santo é favorável à disponibilização das doses da Pfizer ao público em questão. A informação foi passada durante uma entrevista coletiva, realizada na manhã desta terça-feira (22).
Veja a entrevista completa:
Aplicação em adolescentes autorizada pela Anvisa
No dia 11 de junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a indicação da vacina Comirnaty contra covid-19, da Pfizer, para adolescentes com 12 anos de idade ou mais. Com a decisão, a bula da vacina passa a indicar esta nova faixa etária para o Brasil.
Em nota, o órgão regulador brasileiro afirma que a ampliação foi aprovada após a apresentação de estudos desenvolvidos pelo laboratório que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Segundo a Anvisa, os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela agência.
Antes, a vacina Comirnaty estava autorizada para pessoas com 16 anos de idade ou mais. Até o momento, esta é a única entre as vacinas contra covid-19 autorizadas no Brasil com indicação para menores de 18 anos. A vacina da Pfizer foi a primeira a receber o registro definitivo para vacinas covid-19 no Brasil.
Logo após a autorização, a prefeitura de Betim, na Grande Belo Horizonte, decidiu começar a aplicar a vacina da Pfizer em estudantes de 12 a 14 anos da rede pública municipal.
A medida recebeu críticas. Consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, a professora Raquel Stucci, da Unicamp, condenou o que chama de “descontrole na política de vacinação no País” e achou a ação “equivocada”.
“É certo que nós temos um total descontrole na imunização no País, há municípios que não completaram nem a primeira dose nos grupos de risco. A impressão que eu tenho é de que a cidade optou por desviar (vacinas). Acho que estão absolutamente equivocados sobre a importância dessa faixa etária como prioridade para vacinação”, disse a infectologista.
O prefeito negou que esteja ocorrendo um “desvio” de doses e garantiu que a vacinação dos outros grupos não parou. Medioli acrescenta que sua meta é “uma volta às aulas 100% segura”. A expectativa do município é vacinar todos os 18 mil alunos com a primeira dose em três semanas. O retorno semipresencial dos alunos às escolas de Betim está programado para agosto.
Outras cidades como Cacoal, em Rondônia, começaram a vacinar adolescentes com comorbidades. Os jovens a partir de 12 anos vão receber o imunizante da Pfizer. Pela faixa etária geral da população, estão sendo vacinadas pessoas com 53 anos ou mais no município.
*Com informações do Estadão