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ES registra recorde de mortes por picada de abelha em seis anos

De janeiro a dezembro de 2022, o Estado registrou quatro óbitos decorrentes dos ataques, sendo que de 2017 a 2022 foram 11

Foto: Pixabay

As abelhas são essenciais para a manutenção da biodiversidade do planeta, graças ao trabalho de polinização, porém, sua picada pode ser prejudicial aos seres humanos e causar até a morte, estatística que vem aumentando no Espírito Santo.

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De acordo com dados do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (CIATox), de janeiro a dezembro de 2022, o Espírito Santo registrou quatro mortes decorrentes dos ataques, sendo esse o maior índice dos últimos seis anos.

De 2017 a 2022 foram 11 óbitos, sendo um em 2017, 2018 e 2021, dois óbitos em 2019 e 2020, além dos quatro óbitos em 2022. 

Além disso, de janeiro a dezembro de 2022, foram notificados 536 acidentes por abelhas no Estado, representando uma elevação de 92,8% se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando ocorreram 278 incidentes.

Regiões com maior registro de casos

Atualmente, o maior número de casos está concentrado na região Central/Norte com 284 notificações. Em seguida, aparece a Região Metropolitana capixaba com 182 ocorrências.

O médico e referência técnica de animais peçonhentos do CIATox, Nixon Souza, faz um alerta sobre os riscos da ferroada do inseto.

Segundo ele, os acidentes são mais comuns durante o mês de janeiro, devido ao clima apresentado no decorrer do mês e por ser considerado o período de reprodução.

“As reações desencadeadas pela picada de abelhas variam de acordo com o local e o número de ferroadas, bem como características e o passado alérgico do indivíduo. Em casos mais graves, pode ocorrer o choque, insuficiência respiratória e/ou renal aguda, levando o ser a óbito. Relato ainda que o número de acidentes com o animal costuma aumentar em janeiro, uma vez que o ambiente fica mais quente e úmido, provocando maior agitação e migração dos insetos para formação de novas colmeias”, ressaltou.

Segundo explicações do profissional, as abelhas atacam quando se sentem ameaçadas por ruídos, cheiros fortes, vibrações e movimentos que chamam atenção. 

Entretanto, em ataque desencadeado, todas as pessoas que estiverem ao redor podem ser afetadas. Ele destaca ainda ações essenciais para proceder nos incidentes.

“Caso seja atacado, o cidadão deve correr em zig-zag no ambiente aberto, plantação ou mergulhar em rios ou piscinas. Assim que estiver protegido, ele pode ajudar os companheiros cobrindo-os com uma coberta, mas sempre em uma distância segura e que não tenha abelhas sobrevoando”, disse.

Em caso desses acidentes, é necessário procurar ajuda médica o mais rápido possível. 

Além disso, o cidadão pode solicitar ajuda por meio do número de telefone do Corpo de Bombeiros, 193, e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 192.

Veja os cuidados para evitar acidentes por abelhas:

Evite se aproximar de colmeias de abelhas, principalmente das mais agressivas nomeadas Apis Mellifera, sem vestuário e equipamentos adequados;

Não caminhe ou corra em locais considerados de rotas de voo desses insetos;

As colônias de abelhas devem ser retiradas somente por profissionais devidamente treinados e equipados, preferencialmente ao anoitecer ou a noite;

No campo, o trabalhador deve estar atento à presença do inseto e evitar fazer movimentos e barulhos que possam irritá-lo;

* Com informações da Secretaria de Saúde do Espírito Santo