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Covid-19: "com festividades de fim de ano, muita gente pode vir a óbito", diz secretário de Saúde

Nésio Fernandes reforçou a necessidade da conscientização da população, uma vez que as festas podem representar um crescimento no número de mortes

Foto: Divulgação/Sesa

Em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (14), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, atualizaram as informações sobre o enfrentamento à Covid-19 no Espírito Santo. As informações levam em conta o agravamento da situação da pandemia em diversas cidades capixabas e as mudanças no mapa de risco do governo do Espírito Santo. 

De acordo com o subsecretário, as datas festivas de fim de ano são vistas com muita preocupação. Segundo ele, o estado voltou a ter aumento no número de casos, internações e óbitos. “O estado prevê até o mês de fevereiro ter até 900 novos leitos para se preparar para o momento que o estado poderá viver. Nós não colapsamos na primeira onda da covid e não vamos faze-lo agora”, disse Reblin. 

O secretário Nésio Fernandes reforçou a necessidade da conscientização da população. “Aquilo que o estado pôde regulamentar, já foi regulamentado. Agora basta é ser civilizado”.  As festividade de fim dia ano, segundo o secretário, podem representar um crescimento no número de mortes.

O subsecretário afirmou que os meses de janeiro e fevereiro podem colocar o estado numa situação jamais vista, por causa das festas. “Quero conclamar a todos da sociedade para que a gente reduza significativamente a aglomeração social. Neste fim de ano, vamos ter que modificar a forma de manifestar nosso afeto para família e amigos”. 

Leitos

De acordo com o subsecretário, neste momento não temos dificuldade de absorver as demandas de leitos, mas no decorrer desta semana a secretaria pretender se movimentar para melhorar isso. Vamos ampliar a capacidade do estado de acolher outras doenças, seja covid ou não. 

A possibilidade de expandir a capacidade de leitos foi pontuada pelo subsecretário. “Há a possibilidade de tornar a maternidade recém, inaugurada na Serra, em um hospital com 120 leitos”.  Ele anunciou, também, que o governo pediu ao Ministério da Saúde 160 ventiladores para o tratamento da covid-19. 

Luiz Carlos Reblin abordou a situação atual e qual é o plano para não termos mais casos de cidades subindo no mapa de risco para risco alto ou moderado. Para ele, só a ampliação de leitos não garante que vidas serão salvas. 

“Chegamos a 80% de ocupação, conforme vimos na sexta-feira (11), todo estado entra em risco moderado. Nossa estratégia visa impedir que a gente chegue a 90%, para que a gente não entre em colapso. Mas somente os leitos não salvam vidas, ele garante o direito das pessoas ao tratamento”. 

Festas, boates e shows

Como no verão as pessoas saem mais de casa, o subsecretário foi taxativo e pediu um pacto entre as pessoas. “Estamos inaugurando uma etapa de grande risco as pessoas que amamos. Quero conclamar a todas as lideranças religiosas, pais de família, poderes…Vamos fazer um movimento civilizatório para reduzir toda e qualquer interação social, a partir do dia de hoje. Isso server para todos os municípios de risco moderado: não saiam de casa a partir das 20h. Festas, boates e shows não serão tolerados”.  

Lei Seca

Conforme o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Cerqueira, já havia adiantado em entrevista à Rádio Jovem Pan News Vitória, na manhã desta segunda-feira(14), a hipótese de uma “Lei Seca” pode colaborar com a diminuição do contágio da covid-19. O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin validou a medida.

“Se a lei seca for implementa, sim pode surtir um efeito. O uso de álcool está associado à aglomeração e maior tempo de permanência das pessoas nos locais. Então nós pedimos que as pessoas evitem nesta época sair de casa com essa finalidade”, disse Reblin. 

Compra de Vacinas

No Espírito Santo, conforme disse o secretário Nésio Fernandes, o estado mantém interesse em adquirir vacinas, mas reforça que a responsabilidade é do Governo Federal e explica em que hipótese o Governo do Espírito Santo realizaria a compra.

“O estado vai acompanhar os grupos de riscos estabelecidos no calendário do Ministério, mas o Brasil está em um caminho sem volta. Acreditamos que o presidente irá adquirir todas as vacinas produzidas pelo Instituto Butantan para que a distribuição seja feita em todo país. Nós só vamos adquirir vacinas, caso haja uma ‘fratura’ no plano da União. Neste caso, nós vamos comprar todas as vacinas disponíveis no Instituto, o qual já mantemos uma relação bilateral”, disse.