O Espírito Santo conquistou a maior expansão de área ocupada por água em 30 anos. O ano de 2021 foi considerado o sétimo ano mais úmido desde 1985, no Estado. Por isso, houve o aumento do percentual do território ocupado pela água.
Nos mapas, os pontos em azul escuro mostram a superfície ocupada pela água. Em azul claro, os avanços recentes da água.
O coordenador técnico do Mapbiomas Água, Juliano Schirmbeck, explicou que o Estado tem a situação um pouco diferente do Brasil, que teve uma queda na superfície de água nos últimos 20 anos e uma recuperação somente no último ano.
“O Espírito Santo já vem gradativamente apresentando uma recuperação da superfície de água desde o ano de 2016, época em que a recuperação foi mínima ao longo do período estudado”, disse Schirmbeck.
O principal motivo para a mudança do território foram as fortes chuvas no Espírito Santo que chegaram a causar enchentes. No entanto, também há a ação humana, com a construção de barragens e represas que são mais de 35 mil no Estado.
“A represa contribui a quem está muito próximo daquele recurso híbrido, mas se a gente pensar ao longo do rio, muitos quilômetros depois podem estar prejudicados, porque a água está sendo represada em um momento de escassez”, disse.
Rio também teve aumento da área ocupada pela água
O Rio Santa Maria da Vitória faz parte de uma das maiores bacias hidrográficas do Espírito Santo e é responsável por abastecer parte da Região Metropolitana. Ele também teve aumento na área ocupada pela água.
A maior superfície de água registrada no Estado está localizada no interior. Em Linhares existem quase 80 lagoas e o Rio Doce que tem a foz no município, com mais de 20 mil hectares ocupados. Em seguida vem Colatina, Aracruz, São Mateus e Vitória.
No Brasil também houve aumento de 1,5% na área ocupada pela água de 2021 para 2022, mas isso não altera uma tendência de seca no país.
“A gente diz que o Brasil tá secando, porque a gente vem nos últimos 20 anos observando a superfície de água no país. Desde 2013, a gente teve os 10 anos mais secos da série histórica”, contou o coordenador.
A superfície de água no Brasil ultrapassou a barreira de 16 milhões de hectares. Isso corresponde a 16 milhões de campos de futebol, o que torna o país uma das maiores concentrações de água doce do planeta: 12% está em território brasileiro.
*Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/Record TV.