Mudança de colégio, perspectiva de fazer novos amigos e de ter novas histórias para contar. Para muitas crianças e adolescentes, é exatamente dessa forma que o ano letivo de 2017 está começando. E no caso desta mudança de ares ter sido provocada por questões financeiras, distância ou de falta de adaptação dos pais à metodologia escolar, ela provoca na vida do aluno uma ruptura que exige cuidado, olhar diferenciado e acompanhamento. Quem garante é a Doutora em Educação Sara Rozinda dos Passos.
Segundo a educadora, que tem mais de 40 anos de experiência, esse sentimento de perda é normal porque a criança e, principalmente, o adolescente criam laços afetivos no ambiente escolar. E uma boa saída para fazer deste momento o menos traumático possível para o aluno é a família valorizar tudo de novo que ele encontrará na escola nova.
“Cabe aos pais transformar esse cenário e fazer com que seu filho não fique com saudade do que ficou para trás, mas cheio de boas expectativas acerca daquilo que vem pela frente”, argumenta.
Embora a criança pequena sinta, Sara reconhece que a mudança é mais drástica para meninos e meninas a partir dos 10 anos. “O pré-adolescente e o adolescente ‘se enraizam’ no grupo, eles não vai à escola pela instituição em si, mas pelos amigos que fazem. O baque afetivo é grande, por isso sentem tanto a mudança”, explica.
Daí a necessidade do acompanhamento e monitoramento nos primeiros meses de aula. E isso não significa apenas levar e buscar na escolar. Os pais precisam estar atentos aos sinais que os filhos dão. Ou seja, é preciso questioná-los se estão gostando da nova experiência ou não e fazê-los verbalizar suas expectativas. E além disso, buscar informações com outros profissionais da equipe.
“Os pais devem conversar com funcionários, com a professora, com o porteiro. Esses vários olhares, somado ao acompanhamento diário das atividades, é que permitirá aos responsáveis perceber como seu filho está se desenvolvendo no novo espaço”, finaliza Sara dos Passos.
Dicas práticas
– Os pais devem ser verdadeiros e falar dos reais fatores que levaram à decisão de trocar o filho de escola.
– Acompanhe todos os passos da mudança.
– Encoraje-os diante dos primeiros temores.
– Pergunte sobre os desafios de cada dia.
– Incentive novas amizades.
– Convide os novos amigos para irem à sua casa.
– Se os sinais de sofrimento não diminuírem, peça ajuda à escola.