Em sexto lugar na lista dos 20 alimentos mais consumidos pelos adolescentes brasileiros, segundo dados de Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o refrigerante pode trazer uma série de problemas à saúde, não só dos jovens, mas de toda a população.
De acordo com a nutricionista Danielly Serrano, do Centro Médico Shopping Vitória, todos os componentes que compõem a bebida podem trazer danos. “Não existem benefícios. Além de não se tratar de um alimento – e sim um produto alimentício, que não sustenta de nenhuma forma o organismo – o refrigerante ‘rouba’ os nutrientes da comida que o acompanha”, alertou a profissional.
A nutricionista fez uma lista dos malefícios que o consumo constante (três vezes ou mais por semana) do produto pode causar a crianças, adolescentes e adultos:
Corantes – podem favorecer o aparecimento de câncer
Açúcares – podem causar diabetes, excesso de triglicerídeos e estateose hepática (gordura no fígado)
Sódio – favorece o aumento da pressão arterial (hipertensão)
Cafeína – pode causar taquicardia e perda de concentração
Gás carbônico – pode irritar as mucosas do estômago e intestino, causando gastrite, úlceras e alterações intestinais
Ácido fosfórico – retira o cálcio dos ossos, podendo acelerar ou causar processos de osteoporose
Danielly destacou a importância do papel dos pais para livrar os adolescentes do hábito tão nocivo que é o consumo do refrigerante. “É muito comum entre os jovens. Se os pais não estão por perto para restringir a compra da bebida, fica muito difícil controlar o quanto se consome”, ressaltou.
Estudo de comportamento
O Erica reúne dados de cerca de 75 mil estudantes de 12 a 17 anos. São alunos de 1.247 instituições públicas e privadas distribuídas em 124 municípios, todos eles com mais de 100 mil habitantes. Confira a apresentação completa.
Segundo o estudo, 17,1% dos adolescentes de 12 a 17 anos estão com sobrepeso. Já 8,4% dos jovens avaliados estão obesos, sendo meninos com maior porcentagem 10,8% e meninas 7,6%.
O estudo apontou que a dieta dos adolescentes brasileiros é caracterizada pelo consumo de alimentos tradicionais, como arroz (82%) e feijão (68%), e ingestão elevada de bebidas açucaradas (56%) e alimentos ultraprocessados, como refrigerantes (45%), salgados fritos e assados (21,88%), e biscoitos doces e salgados.