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Atualmente, as redes sociais fazem parte do cotidiano de quase toda a população global. No entanto, o conteúdo publicado não é uma preocupação para os usuários. Esse descuido on-line pode entregar informações valiosas à criminosos que buscam apenas uma oportunidade. Afinal, quais são os cuidados que se deve ter no mundo virtual?
De acordo com o delegado Gianno Trindade, os criminosos selecionam as vítimas por meio de dados que podem ser acessados pela internet através de sites específicos hospedados fora do Brasil.
Eles têm um banco de dados que, provavelmente, foi adquirido na Dark Web, um universo virtual de pouco acesso aos usuários comuns por não ser de fácil navegação. Segundo o delegado, esses dados são frutos de um hackeamento, ou seja, de um roubo.
“Infelizmente alguns deles contém nossa foto e nossa assinatura. Além do telefone de uso, telefone residencial, telefone da portaria aonde você mora, qual empresa você é proprietário, qual carro você tem, se você já morreu ou não. Todos esses dados podem ser consultados, infelizmente, pela internet”, destacou.
A dúvida sobre como não entrar na mira desses infratores surgiu após uma quadrilha altamente especializada em furtos de condomínios de luxo virar alvo de uma investigação da Polícia Civil depois de roubar um apartamento na Mata da Praia, em Vitória. Investigações apontaram que até condomínios de cantores famosos já foram alvos do grupo.
Cada vez mais os criminosos estão se especializando e criando meios de descobrir as informações das pessoas. O especialista em segurança Raphael Pereira explica que a tecnologia serve para ajudar a vida da população, mas também acaba servindo como um meio para auxiliar esse tipo de crime.
“A gente observa nesse caso específico, uma verdadeira organização criminosa onde há uma distribuição de tarefas. Embora, indivíduos muito jovens, entre 18 e 20 anos, a grande maioria deles, com uma atuação multirregional e uma experiência muito grande nesse tipo de crime. Eles utilizam da Dark Web, de outros meios ilegais de recolhimento de informação”, esclareceu ele.
Segundo o especialista, as vítimas também acabam entregando informações para os criminosos através de uma utilização ingênua das redes sociais. “Quando você tira uma foto, por exemplo, na sua moradia, na sua casa, no seu condomínio, no seu veículo. Tem pessoas que chegam a tirar fotos da placa do veículo, não se preocupam com isso”, explicou.
De acordo com Pereira, o somatório de meios que são ilícitos, como a Dark Web, associados à uma falha ou o uso não seguro da rede social produz situações como o roubo ao apartamento na Capital capixaba.
Protocolos mínimos de segurança devem ser tomados, como o treinamento dos funcionários da portaria.
O especialista ressaltou que existem inúmeros equipamentos para ajudar nessa segurança como câmeras de alta resolução com visor noturno. Entretanto, não são somente os equipamentos que são necessários.
“Talvez o melhor equipamento é o ser humano. O que tem se observado em segurança pública é a criação de redes locais de segurança auxilia tudo isso”, explicou.
As regiões com muitas casas ou condomínios, onde há uma integração entre os moradores através de associações em contato direto com o Estado e órgãos de segurança pública pacificam os roubos e furtos.
Segundo Pereira, não há um solução integral para a violência, pois a polícia é só um braço, logo precisa da participação de todos.
Todos devem ficar atentos e conversar com os porteiros e outros moradores, praticando a solidariedade e a colaboração para poder evitar situações de violência nas residências. Além de estabelecer normas e políticas internas, os residentes podem realizar reuniões de condomínio para discutir novas orientações.